quarta-feira, 22 de abril de 2015

ANTI-ESTRESSE


"Estresse, do português do Brasil, ou stresse, do português de Portugal, pode ser definido como a soma de respostas físicas e mentais causadas por determinados estímulos externos (estressores) e que permitem ao indivíduo (humano ou animal) superar determinadas exigências do meio ambiente e (b) o desgaste físico e mental causado por esse processo." (Wikipédia)
Antigamente dizia-se que precisávamos de Higiene Mental se quiséssemos manter nossa saúde.
Higiene mental são ações que consiste em: assumir diretrizes como criação de normas para manutenção da saúde mental; comportamentos de prevenção de doenças mentais e disfunções congênitas; aprimoramento da terapêutica e cuidados atribuídos a pacientes mentais; auxílio aos indivíduos necessitados para ajudá-los na integração na sociedade e no Contexto Laboral; aumento da conscientização da comunidade em relação a conflitos psíquicos no âmbito da economia, criminalidade, educação e comportamento humano.
Na medida em que avançamos no mundo moderno o estresse torna-se constante, e não mais como um momento determinado que uma vez resolvido se desfaz a tensão.
Hoje vivemos normalmente tensos e estressados, mesmo quando achamos que relaxamos.

MUNDO MODERNO,  MUITOS ESTÍMULOS E DECISÕES


 No mundo moderno é comum se estar imergido em atividades múltiplas que exigem uma tomada de decisão.
Para cada ato uma responsabilidade e uma consequência, de tal forma que quando uma pessoa tem que decidir aparece uma tensão associada.
E vivemos num mundo que exige muitas decisões no âmbito familiar, do trabalho e no individual.
 Por outro lado, vivemos contemporaneamente em uma sociedade que  gera muitos estímulos.
Ao enfrentar o trânsito para chegar ao trabalho recebemos uma carga de estímulos.

O ambiente de trabalho também é composto com multitarefas, com outros tantos estímulos acontecendo no passar do tempo e ao mesmo tempo.

Tomarmos muitas e muitas decisões, temos muitas emoções variadas e ao voltar para casa  novamente o trânsito com muitos estímulos mais, como na ida.

Nossos avós viveram num mundo em que a soma de estímulos num mês mal dava o número de estímulos de um dia nosso.

Acho interessante o mundo atual, tão ativo, mas ele trás consequências funestas para nosso organismo quando participamos intensamente de suas atividades sem uma ação anti-estresse.

OS LIMITES FÍSICOS


Nossa maquina orgânica se adapta esplendidamente, porém tem limites.

Quem já não disse algo como :  "hoje o dia me sugou as energias?"

E com que frequência se ouve ou mesmo se fala tal frase?

Além desses estímulos todos, as tensões das decisões, some-se a isso o nível de ansiedade a que somos expostos, elevam nosso patamar de excitabilidade para se vencer o dia.

Todos esses fatores que chamaremos de estímulos atuam sobre nós gerando um desgaste e uma necessidade de parar ou desanuviar um pouco para resgatarmos as energias.

VOLTEMOS AO VOVÔ 

O vovô chegando em casa a tarde, jantava as dezessete horas, confraternizava com amigos próximos de casa, e por volta das vinte e trinta as vinte e uma horas já estava “se recolhendo”.
Não havia luz elétrica, televisão e o sono vinha cedo por falta de estímulos, e o sono era tranquilo e reparador. O vovô estava pronto para dormir, relaxado. Deitava-se, o sono vinha e cumpria todo o seu ciclo, acordando ele pela manhã "novinho em folha".

Hoje nós chegamos cansados do trabalho e jantamos por volta das dezenove a vinte horas.

Temos luzes por todos os lados e, depois do banho, vamos descansar em frente à televisão, máquina geradora de mais estímulos, que acaba de super estimular nosso sistema, já muito bombardeado.

Deitamos tarde para aproveitar ver alguns programas.

Depois de tudo espera-se que relaxemos automaticamente momento de dormir. Não estamos prontos para o sono, estamos estimulados e exaustos.

O sono não será tranquilo e faltará o relaxamento para atingirmos níveis adequados de sono profundo.

Quando superficializamos o sono os sonhos retratam as ansiedades vividas, as expectativas a que se  impõe, a angustia existencial.

Seguindo, não será um dia quando renderemos o nosso melhor.

Pior ainda, são aqueles que nem sonham mais, e mesmo que se quisesse não haveria tempo para eles.  


Nosso corpo como uma máquina se sobrecarregará e mostrará sintomas resultantes de uma vida intensa assim. E achamos normal  viver com os sinais da sobrecarga a que está exposto o sistema nervoso, como se tudo fosse natural.
Não suportamos indefinidamente, há limites! 

Chega um momento em que a capacidade de produzir neurotransmissores para realizar a transmissão nervosa decresce, ou simplesmente não acompanha a enormidade dos gastos decorrentes de tantos estímulos, e a qualidade da vida fica muito reduzida.

Tudo o que ocorre se nos apresenta como uma necessidade imperiosa a tal ponto que frequentemente mal se percebe a vida passando ou que ainda se vive, e sentimos que o "tempo voou”.

Também complica tudo com o aquilo que deixamos entrar conscientemente em nossa mente.

Cuida-se com o que se come e se bebe, mas raramente cuidamos com o que entra em nossas “cabeças”, negligentemente.


Um mundo de emoções, na maioria das vezes desnecessárias, convive na vida de cada um também empurrando para uma situação de desastrosa de vida insatisfatória e desgastante.

Vi uma vez uma propaganda de um jornal que mostrava duas pessoas subindo uma montanha. Chegando lá em cima, olham tudo aquilo e depois do “legal, legal”, começam a descida de volta.

A propaganda diz que por não lerem o tal jornal não têm o que dizer e subentende-se por isso não estão vivendo prazerosamente.

Será?

Por que têm que ler a mesma coisa num mesmo jornal para repetir como papagaios mesma coisa um para outro?

Uma sutil imposição a mais que procurar provocar no pobre homem sobrecarregado mais uma necessidade premente.

Não basta que se conscientize dos fatos e acontecimentos, e coloquemos no lugar devido daquilo que podemos ou não mudar ou interagir?
 
Exercer uma atividade que não precisamos fazer, que temos prazer em fazer, e que realizamos felizes é o caminho do destress. 

Não me lembro de exatamente onde li que dois americanos do norte se programaram para ir acampar.

No mês que antecedeu foram ansiosamente programando e comprando tudo que precisavam.
Arrumaram uma agenda de tudo que queriam fazer, e como fariam, e tudo foi sendo antecipado, os dias horas, os minutos....

Viveram esses dias que antecederam com tamanha ansiedade e pré-ocupações que quando lá chegaram não ficaram mais que dois dias, porque tudo era muito enfadonho, não tinha o que se fazer.
Já o tinham feito ansiosamente e inquietamente mesmo antes de chegarem.

É o rítimo do mundo moderno.  

Não puderam estar ali.

Tudo era perfeito se não fosse pelo sonho induzido coletivamente para manter o consumo.

A ansiedade e a incapacidade de relaxar e simplesmente estar naquele momento impediram que realmente relaxassem.
Não puderam simplesmente acampar e curtir aqueles dias com o que pudesse lhes oferecer estavam muito agitados para isso.

Assim vivemos !

Também, não é incomum quando uma família planeja uma férias juntos, aparecer antes uma ansiedade venenosa implodindo o relacionamento familiar. E o pior, aparecerá pequenas patologias como que querendo boicotar as desejadas férias.  

Há a necessidade de trabalhar, de assumir responsabilidades, de se ocupar com o desenvolvimento da sociedade em que se vive, e viver a vida que nos foi dada com plenitude.

Para isso há que se estar INTEIRO no trabalho, mas COMO PARTE DA VIDA que temos, no lar também, e nas nossas horas de vadiagem,  também.

Tudo tem que compor UMA SÓ vida.

Isto já ajudaria muito porque muitos estresses simplesmente desapareceria. 

Uma vida plena só é possível se soubermos respeitar todas as necessidades do nosso corpo e da nossa mente, e devemos sempre pensar que uma vida plena e satisfatória só existe para aqueles que, mantendo-se como uma unidade saudável, desfruta do mundo à nossa volta com tudo que há de bom ou não.

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