ATIVIDADE FÍSICA ADEQUADA
A atividade física adequada é um fator de muita
importância para a saúde.
A vida sedentária é um investimento de médio prazo
para deterioração do físico e caminho da doença.
A qualidade de vida vai para o espaço para aqueles que têm vida sedentária.
Quando exercitamos estamos forçando nossa circulação
para periferia melhorando assim a perfusão sanguínea. Isto melhora os pequenos
vasos que são obrigados a se manterem abertos e mais complacentes.
Com
irrigação aumentada, os tecidos, órgãos e sistemas vão se mostrar mais funcionais dando uma sensação subjetiva de bem estar.
É a tal endorfina que se fala nos artigos de revistas.
Não que ela não exista, mas, na verdade, supõe-se que exista. Mas quanto ao benefício da
atividade física é inquestionável e de fácil verificação na ciência atual.
Não adianta fazer o mínimo para obter o máximo, não é uma questão de matemática.
Não há fórmulas milagrosas ou substitutos da necessidade de fazer atividades físicas.
Nenhum aparelho pode nos dar os benefícios dos exercícios, muito menos quando estamos em repouso.
É só observar alguns fatos da nossa anatomia:
Somos
bípedes que quando em pé estamos desequilibrados para frente.
A
coluna vertebral, responsável por essa situação ereta, supina, mostra algumas
curvas para se conseguir um ponto de gravidade bom para que nos desloquemos.
Não há nenhuma posição mais anatômica do quando estamos andando.
Os braços longos não só facilitam o andar, o
manusear e alcançar objetos, mas também é um instrumento corpóreo que possibilita subir em coisas, como nas árvores.
A posição sentado é comum, mas está longe de ser anatomicamente adequada
a nós.
A posição deitada, mesmo com um colchão adequado para a coluna,
após certo tempo é um problema para o sistema cardiorrespiratório.
O quadril humano é uma peça fundamental na
distribuição e dissipação da força peso, e é indispensável para o andar, no que
é especializado.
Resumindo, da cabeça ao dedão do pé, toda nossa estrutura foi projetada para um ser Dinâmico, que anda e corre.
Desculpas sem Desculpas
Quando orientamos nossos pacientes da necessidade da atividade física o que ouvimos são desculpas e mais desculpas. Parece que se arrumarem uma boa desculpa nossa necessidade fundamental poderá ser resolvida num sofá em frente a uma tevê.Eu não tenho tempo, vivo correndo atrás do relógio..., tenho que cuidar do almoço, das crianças e...., já tentei mas me doe o joelho (menos é lógico para fazer o que gosta), e assim vai.
Veio em meu consultório um senhor já chegando na terceira idade, tempo este que cobra para se abandonar o hábito sedentário.
Escutou toda nosso discurso a favor dos exercícios e foi embora.
No retorno perguntei:
- E o senhor começou a fazer exercícios?- Sim doutor, toda manhã.- Isto é muito bom! - observo admirado - e os exercícios que professor de educação física lhe prescreveu o senhor gostou?
- Não doutor, eu estou fazendo por mim mesmo. Toda manhã dou uma volta no quarteirão de minha casa. É agradável, posso até trocar umas palavrinhas com meus antigos vizinhos...
Não dá não é?
Isso esta longe de atividade física humana.
Uma outra senhora, eu insisti por um tempão para que fizesse exercícios e ouvi uma enxurrada de desculpas as mais estapafúrdias possíveis.
Ela tem dificuldade de andar em calçada, ela tem medo de raios e trovões, ela espirra com ar frio, e depois que eu derrubei todas as desculpas, a filha em socorro a mãe balança os ombros e simplesmente me diz:
- Não dá doutor, ela não gosta.
Não falei mais nada, mas adverti para os risco futuros. Com o passar do tempo tudo degenerou numa espondiloartrose (artrose de coluna) séria que a impediu de andar.
Devido a isso foi desenvolvendo uma capacidade respiratória muito limitada e um coração “fraco” que veio a vitimá-la com a perda de sua função.
O Metabolismo No Sedentarismo
Quando exercitamos,
mantemos nosso metabolismo ativado de uma maneira construtiva, que nos faz
produzir energia de forma mais eficiente.
A formação de
radicais livres diminui e o sistema usado para tirá-los do organismo funcionará
melhor.
O controle do uso do
oxigênio, sem excesso e sem falta, mostra uma eficiência enorme se comparada ao
sedentarismo, quando o acúmulo de radicais hidroxilas (OH) predispões, entre
outras, às viroses agudas e crônicas.
Por outro lado,
estando o metabolismo adequadamente funcional, a relação entre consumo e gasto
nos favorece a uma dieta sem muitas restrições calóricas.
A manutenção de
glicose do sangue fica menos dependente da insulina preservando o Pâncreas de
uma hiperfunção e o corpo de uma hiperglicemia indesejável.
Com a circulação mais
“ativa” os pequenos vasos estarão suprindo melhor os tecidos possibilitando uma função mais otimizada.
Órgãos como os rins,
cérebro, fundo de olho são lugares onde estão os menores vasos e que desfrutam da melhora da irrigação.
Assim, a sensação de
bem estar vai ser uma constante que induz a manter as atividades.
Existem muitas
vantagens para quem faz atividades físicas, e são todas fundamentadas em muitas informações científicas que não cabe aqui descrever, mas é um fato já certificado que precisamos nos
exercitar.
Uma questão de Bom Senso
Sem margem para
dúvidas, se nos apartarmos dos dados da ciência para nos orientar, a simples
observação nos dará a informação sobre a necessidade do exercitar.
Mas não é qualquer
movimento.
Hoje é muito fácil
achar um professor de educação física que poderá ajudar a encarar um regime
de exercícios adequados para cada pessoa, ajustados para idade e sexo e condição física.
A facilidade para se
obter essas informações, por si mesmo, já nos impõe encarar essa necessidade como
mais uma do nosso sistema corpóreo.
O excesso pode nos
envaidecer, mas é um pavio aceso num barril de pólvora, e o insuficiente é
outro pavio em uma dinamite.
O bom senso nos
indica a necessidade de se fazer e o bom senso, também, de não exceder.
Tem que ser agradável
a nós e bem orientado para não causar acidentes.
Um Dia No Parque
Bem, eu sempre gostei
de andar de bicicleta, e num período oportuno pude pedalar pela manhã
no parque Portugal.
Dei uma volta, e na
segunda vi um senhor de quase setenta anos começando a andar.
- Que legal o
velhinho veio treinar – pensei com certa arrogância diante dos meus cinquenta anos versus uns setenta anos daquele senhor.
Pedalei fundo e
“deixei-o comendo poeira”.
Alguns segundos mais e aquele senhor, magrinho, "vummm", passa rapidinho.
Pedalo firme para
alcança-lo e vou me aproximando quando "minha perna me diz" que não vai dar.
Não acreditei - vou
perder para o velho?
Tive que engolir
isso.
Ele deveria andar
todo o dia e estava adaptado a esse esforço, e rendia muito.
Deixei de andar de
bicicleta e resolvi andar no contorno do parque.
Para manter o ritmo
marcava uma pessoa na minha frente e a passava com passos firmes e rápidos.
Certa vez, vejo ao longe um velho.
- Vai ser fácil -
pensei – já passei os mais jovens.
E me esforcei, e me
esforcei.
Olho para frente, e lá
estava o velho caminhando rápido.
Passinhos curtos e rápidos. Braços oscilavam como pêndulos junto ao corpo.
Um pouco mais rápido,
e mais um esforcinho...
E o velho lá.
Não dá, minha perna começou a doer com o esforço quando parei e fui tomar uma água
de coco sentado do lado da pista.
Vi o avozinho dar mais
três voltas e eu resolvi, então, ir tomar meu banho.
Este estava adaptado
a andar e andava de forma muito produtiva.
Eu teria que impor
o meu programa e ser fiel a ele se eu quisesse andar como os velhinhos.
Os exercícios físicos nos dão uma reserva orgânica funcional maior o que nos será salvadora da vida
em certas circunstâncias do cotidiano.