quinta-feira, 26 de novembro de 2015


FITOTERAPIA  

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Por ser Homeopata, muitos me perguntam se certos fitoterápicos são realmente bons para curar algumas situações mórbidas, ou mesmo até sintomas, e para tratar certas enfermidades.

Na verdade, a Homeopatia e a Fitoterapia são terapêuticas distintas. 

Por desconhecimento, pessoas confundem as terapias, tendo em mente serem “naturais”.

Até há pouco tempo achava-se que Homeopatia era o tratamento com vegetais, chá, unguentos, etc.

A fitoterapia, na verdade, é um tratamento com plantas, partes delas ou substâncias extraídas delas, a planta inteira, mas é uma Alopatia.

Na alopatia você pode usar qualquer tipo de medicamento seja natural, semi sintético ou sintético, cujo uso não corresponde ao mecanismo orgânico de enfermar.

UM COSTUME COMUM


É do brasileiro, porque são as pessoas a quem trato normalmente, procurar porquês na medicina, procurar medicamentos para fins diversos, e sempre pedem para um médico na rua, na festa, no ônibus, em fim, em qualquer lugar, um remedinho bom para isto ou aquilo.

Este costume faz com que eles estejam muito vulneráveis a ação da mídia, quando ela faz “marketing” de assuntos médicos.

Normalmente são assuntos escritos ou apresentados de forma que a pessoa que assiste conclua uma inverdade embora eles apenas afirmem um princípio, enquanto o espectador conclui algo diferente, e é o que o remete ao consumo.

Para mim isto deveria ser proibido, e informações médicas num geral deveriam ser rigorosamente restringidas à educação médica e não a informações levianas e, as vezes, distorcidas de uma realidade baseada num fato médico-científico que lhe camufla uma intenção “marqueteira”.

Vou pegar um exemplo simples, uma informação que roda entre as pessoas:
  - Vitamina A faz bem para os olhos.
  - A verdade seria que numa carência de vitamina A aparecerá, como um dos sintomas da Avitaminose A, a cegueira noturna (Xeroftalmia). 



Nesses casos o tratamento é a reposição da vitamina A (Isopatia) para resolver o quadro sintomático carencial.

Então, a cegueira noturna desaparece junto a tantos outros sintomas da carência de vitamina A.

Daí  a afirmação de que a vitamina A faz bem para os olhos.

Da mesma forma há afirmações tantas na mídia que, dependendo da maneira de escrever, faz o indivíduo concluir uma série de inverdades, e não que tenham mentido ou mostrem ter inculcado algo não verdadeiro.

A culpa toda é de quem leu, simplesmente assim.

Somos um povo e devemos nos repeitar como membros dele, da mesma forma que devemos nos respeitar como uma individualidade.

ESTUDO SÉRIO


Desde há muito tentamos desenvolver um método de estudo que possa nos trazer conhecimento para desenvolver tecnologia, dominar algo ou resolver problemas.

Foi-se desenvolvendo técnicas de estudos, agregando resultados até chegarmos ao Método de Estudo Científico que usamos para trazermos informações seguras na atualidade.

Mas ainda “brotam” conhecimentos sem o lastro deste estudo, que hoje é o mais seguro para estudar qualquer fato observável.

É desse “brotar” que muitas vezes colhemos males graves, fruto da ignorância. 

Uma senhora portadora de Osteoartrite, a conhecida artrose, que tinha dores crônicas recebeu a informação de que a semente de Sucupira, uma árvore muito bonita por sinal, era ótimo para o reumatismo e tirava as dores com as mãos, e não fazia mal por ser natural.

A semente de Sucupira é um anti-inflamatório natural muito bom , porém a dose tóxica esta muito perto da dose terapêutica o que impõe muito cuidado no uso de tal medicamento.

Como o medicamento não fez o efeito desejado foi-lhe sugerido para que dobrasse a dose, e ela consentiu porque acreditou que por ser natural  não faria mal nenhum.

É lamentável ver um mal maior aparecer em um indivíduo que poderia ter confiado em informações seguras geradas por estudos sérios e poupar assim de sofrimentos evitáveis.

O médico é o profissional que deve usar essas informações adquiridas pelo Método de 
Estudo Científico, cuja ação foi confirmado e prevista através de ensaios farmacológicos, e para as patologias foi formulado uma proposta terapêutica eficaz.

O FITOTERÁTICO

Fitoterapia é uma parte da terapêutica que usa plantas e sementes in natura para tratar as pessoas, e tem seu valor na terapêutica.

Muitos vegetais serviram de base para desenvolver medicamentos maravilhosos como a Digitalis purpurea que possibilitou a existência de cardio tônicos (remédios que aumentam a força do coração), que já salvou e prolongou a vida em condições melhores de pacientes com Insuficiência Cardíaca (coração fraco).

Foram necessários muitos estudos, ensaios e pesquisas até chegarmos aos cardiotônicos, que usamos com segurança hoje, e que são conhecidos como Digitálicos. 

Assim também o foi com a Strycnos nux vomica, que originou os antiespasmódicos; o Pavot soporífero, o Opium, de onde saíram grandes analgésicos, a Artropa belladona de onde saíram medicamentos valiosos,  sendo o mais comum a Atropina, e muitos outros tantos.

Mas, tudo depende de um estudo sério para que eles possam ser usados como medicamentos, uma vez que, em sua grande maioria, são venenos para o organismo.

Conhecendo-se bem uma planta pode-se fazer uso de suas propriedades medicinais com segurança, dependendo para isso de um conhecimento científico e sério.

Na Alemanha são consumidas anualmente 500 toneladas da Matricaria recutita (Camomila), que cresce espontaneamente em toda a Alemanha como erva daninha.

CONCLUSÃO


Dentro da alopatia a Fitoterapia tem seu valor indiscutível, embora ainda seja objeto de estudo e confirmações.

Porém se um mal crônico lhe aflige não se limite a apenas tratar seus sintomas, a palia-lo, procure um profissional que o estude e lhe de uma proposta terapêutica eficaz para cura-la, limitar o mal ou aliviar seus sintomas na medida do possível.

Tome cuidado para não cair no consumo médico, hábito lamentável que custa muito a milhares hoje em dia.



quinta-feira, 19 de novembro de 2015

       MIASMAS



   Em Homeopatia se fala com frequência na expressão MIASMA, crônico e agudo.

   
  Essa expressão é de fundamental importância para o tratamento do homem como um todo, no objetivo de acabar de vez com a patologia, tratando a doença crônica dinâmica.

    Quando adoecemos o que vemos é o efeito físico de uma doença crônica que existe muito antes dos sintomas e sinais comporem uma unidade a que chamamos enfermidade.

   E se não apresentamos nenhum sintoma ou sinal de uma patologia ainda, não é porque estamos saudáveis, senão que já somos doentes dinâmicos e seus sintomas podem ser encontrados se pesquisar com cuidado e método.

OS SINTOMAS


   Quando estamos ainda sem a patologia clínica, facilmente evidenciada na consulta médica e até por leigos, apresentamos mudanças no comportamento de todo o nosso organismo gerando sintomas, que passam despercebidos e que são de muita importância para o reconhecimento da doença crônica, provocado pelo Miasma.

   Apenas se realmente estivermos saudáveis é que poderemos não apresentar nenhum desses sintomas que, na Homeopatia, chamamos de”Sintomas Dinâmicos Miasmáticos”.

   Por exemplo, uma criança esta bem, come , brinca, dorme de forma saudável, apenas nos mostra uma curiosidade que na mudança de tempo ela se resfria e tem febre e sintomas compatíveis com as Infecções das Vias Aéreas Altas.

   O que acontece, realmente, com essa criança que mostra-se aparentemente saudável?

   Não se adapta, na mudança de tempo não consegue se adaptar as mudanças climáticas mostrando com isso as Infecções tidas como “Resfriado”.

  Mas pegando uma “Lupa Clínica” e observarmos de perto notarão que ela, independente de estar ou não com o resfriado, apresenta sintomas e sinais mostrando que o organismo não vem bem.

   E porque o organismo não esta bem é que ela não vai se adaptar ao meio em que vive e mostrar a suscetibilidade que pode leva-la ao “resfriado”, por exemplo.

   E o que a faz se alterar a ponto de não se adaptar, ficar susceptível e adoecer?

   O Miasma, e são os sintomas da alteração do sistema orgânico provocado por ele que procuramos e, através da Lei dos Semelhantes, vamos aplicar um tratamento segundo a técnica da Terapêutica homeopática.


  A criança aparentemente saudável apresenta como sintoma dessa alteração miasmática, em um exemplo, o medo do barulho e de pessoas vestidas de palhaço, papai Noel, transpira muito na cabeça, dormindo apenas, e com cheirinho azedo; desejo acentuado por ovo (de preferência cozido);  friorento e gordinho.

   Neste exemplo, estes sintomas não tem muito interesse clínico para o exercício médico tradicional, senão que nenhum, mas para um homeopata ele mostra uma alteração do organismo por ação de uma doença dinâmica, o Miasma, que o alterando vai gerar a susceptibilidade a adoecer.

   Outros fatores serão externos ou da estrutura como seus órgãos ou sistemas vulneráveis mais as condições do meio em que vive.

O MIASMA


   Podemos então montar uma imagem assim.

   Quando adquirimos nossa doença dinâmica, e nosso organismo não conseguiu evita-la, sofremos uma alteração no organismo todo.

  Na verdade, o que alterou foi a estrutura de controle que nos faz ser uma unidade perfeita, mesmo sendo formado por partes e células.

   Diante disso, nosso sistema orgânico mostra-se incapaz de se adaptar plenamente na inteiração como universo, e disso decorre a não adaptação e seu cortejo de problemas que chegará até a enfermidade como conhecemos.

 O Homeopata estuda esse estado de alteração para provocar uma resposta recuperadora, uma vez que o sistema não consegue perceber a contento o mal que lhe aflige.

   O Miasma é a interferência que muda a capacidade de interagir com o meio, interfere no controle tornando-o susceptível ao universo.

   Se temos uma gastrite crônica o queremos saber é como o sistema falhou a ponto de gerar a gastrite e o porquê ele falha e qual a “cara” daquilo que interferiu para provocar as alterações a jusante.

UM EXEMPLO


   Tive um Caso de Bronquite Crônica em que o paciente, um menino de 10 anos, passava o maior tempo do dia com chiados audíveis a distancia. Intercalavas dias com broncoespasmo intenso que o obrigava a ir a um pronto atendimento para tomar medicações injetáveis e inalações. Fazia uso crônico de medicações para controlar o mal e o resultado era insatisfatório a ponto da mãe vir me procurar para uma solução. 

   Examino-o por completo e apesar de muitos sintomas apontarem para um padrão de alteração, encontro três sintomas que me mostravam outra coisa, uma complicação do miasma fundamental, e que hoje consideramos outro miasma.

    Eu tinha que decidir pelo evidente ou pelo quase oculto sinal de que um miasma.
Uma vez observado, sabia o que tinha que fazer, desconsiderei a patologia em sua visão ampla e prescrevi para debelar o miasma que se mostrava com poucos sinais objetivos.

   O medicamento prescrito não tinha em sua descrição patogenética nada da bronquite crônica, alias pouquíssimos sintomas pulmonares.

    A resposta foi estupenda!

    Não só desapareceu a Bronquite Crônica como que milagre, depois de uma exoneração catarral que durou dois dias, como o garoto mostrou uma mudança enorme no comportamento, e o seu desenvolvimento, tanto social como escolar, se magnificou.

   Tratei o Miasma e não a doença que víamos como uma entidade nosológica crônica, e sumindo a causa some a enfermidade.

   O garoto hoje é um homem de sucesso profissional, casado com dois filhos pequenos e saudáveis que tenho a grata satisfação de acompanhar.

   A Bronquite como expressão de um Miasma crônica que lhe causava tal discrasia desapareceu e em seu lugar não restou nada alem de saúde.

   O Miasma como sendo a influência mórbida primeira, que cria as condições para o desenvolvimento dos males humanos  só pode ser considerada como a verdadeira Enfermidade do ser humano.

   A resolução dela é a solução para se conquistar a saúde plena. 


terça-feira, 3 de novembro de 2015

UM EXEMPLO DA HOMEOPATIA EM UM CASO CRÔNICO GRAVE


Endereçaram-me algumas perguntas relativa ao assunto da matéria anterior.
Perguntavam-me se a atuação na Homeopatia era realmente suficiente nos quadros graves, e se eu poderia dar algum exemplo real.
O que é realmente suficiente num caso grave?
Todo ato médico que o paciente precisa para se manter vivo e se curar é o suficiente.
Nesses casos, a atuação do médico deve ser precisa e a avaliação do paciente deve ser a mais rigorosa possível.
Vou contar um caso, didático a meu ver, que mostra a atuação da Homeopatia por um ângulo não muito visto hoje em dia.

A SENHORA X 

Senhora X era uma senhora muito alegre, tinha 68 anos de vida, e mostrava muito mais devido a uma vida difícil que tivera.
Era mãe de sete filhos, e era muito querida por seus parentes, principalmente por um neto que lhe dava toda a atenção possível.
Era portadora de Cardiomegalia, coração grande, e Insuficiente, coração fraco. Vinha se tratando há anos, e a doença evoluía lentamente. Apresentava veias varicosas numerosas nas pernas.
Repirava mal e se cansava facilmente devido a Insuficiência cárdica.
Tinha em seu histórico várias internações pela cardiopatia, e já estivera na UTI na última vez e tivera alta hospitalar porque, no caso dela, os médicos diziam que não tinha mais o que fazer.
Ficava em casa sob os cuidados de seus familiares.

O CHAMADO

Numa tardinha, recebi um pedido de consulta domiciliar com urgência.
Fui para lá, e encontro a senhora X deitada, com cabeça alta em uns 45° ou mais, num quarto meio escuro e com algumas pessoas no quarto pequeno,  o que dava um aspecto ruim e pesado.
Ela respirava mal, tinha um tom cinza arroxeado, e olhava denotando muita ansiedade.
Apresento-me e sento em uma cadeira do lado do seu leito e tomo-lhe o pulso.
“Era o samba do criolo doido”. Era irregular, lento, fraco e pouco amplo. Falhava a cada três ou 5 batidas do coração.
De repente, ficava cheio e mais duro, e logo depois voltava ao rítimo inicial. Qualquer movimento o pulso disparava e a senhora X dizia que tinha a impressão de que o coração fosse parar.
A ausculta mostrava extrassístoles e uma plêiade de sinais da Insuficiência Cardíaca congestiva; apresentava muito edema de membros inferiores, região sacra, e mostrava a jugular cheia.
Os esforços eram quase impossíveis, mesmo andar, quando vinha uma canseira intensa e sentia-se muito fraca, principalmente de manhã.
Outro sintoma era os dedos adormecidos da mão, e o acordar subitamente a noite sentindo-se sufocada.
Logicamente os sintomas do mal, percebidos ao exame físico, que estavam presentes eram muito “floridos”, no tórax, abdomem, membros, pescoço, etc.
Fiquei a observa-la para ver além dos sintomas físicos o que poderia notar.
Vi um copo com algo esverdeado e pergunto o que era.
Informaram-me que ela pedia chás amargos que lhe davam prazer e lhe aliviavam.
Conversando com ela pude notar uma ansiedade pelo que viria a acontecer, achava que teria que se dar mais ao neto e a uma filha. Questionava-se o que aconteceria com eles se morresse. A ideia da morte lhe incomodava.
Conta-me também ter uma angustia a noitinha quando pensava com remorso em algumas coisas que tinha feito na vida.  
Para fazer o exame físico, no sentar-se, mover-se noto grande pesadez.

O MEDICAMENTO

Então entre todos os sintomas esperados do quadro físico, me pergunto qual me mostraria mais que a enfermidade física, por assim dizer,  e mais um pouco do doente para poder dar um “Simillimum”, o mais exato a doença dela.
Chego sem dúvida ao DESEJO POR AMARGOS, que no caso era um Key Note, a chave para entender o processo dinâmico doente.
Foi sem dúvida o meu sintoma diretor, outro sintoma que ajudou foi a sensação do coração parar, mais a situação ansiosa-angustiosa. O que, juntos, para mim tinha fechado o quadro facilmente.
Dei-lhe uma dose única de Digitalis purpurea 30CH, uma dose única longe de refeição, e pedi uns dez dia para nova consulta.

A NOVA CONSULTA

Em nove dias me ligam porque ela estava mal.

Vou, novamente a tardinha por coincidência.
Chegando lá tinha muitas pessoas na frente da casa, parecia festa, e assim que chego não tiram os olhos de mim.
Fiquei muito constrangido de ver aquelas pessoas ali me olhando, e ao passar abriam espaço.
Ouço alguns comentários: como é novo!, é ele?, achei que fosse careca... etc.
Entro e lá dentro não tinha muita gente, que alívio.
Logo me levam a um outro quarto.
Ela estava deitada e sorriu ao me ver, e disse um lindo:
- Oi doutor.
- Oi senhora X
E me contaram que ela estava com diarreia intensa há um dia e começou a ficar fraca e com câimbras. Tudo que punha na boca vomitava e hoje estava fraca.
Achei graça, porque pensei encontra-la morrendo da insuficiência cardíaca e ela estava com um quadro de vômito com diarreia aguda.
Pude notar estar ela desidratada, e vi que era a vez de usar a Isopatia, e prescrevi um soro por via oral, uma dieta adequada, e um medicamento homeopático para o quadro agudo.
Pergunto como ela estava e prontamente me respondem que vinha muito bem, que estava andando, comendo bem, conversava sem cansar e que até a cor tinha mudado.
Não vi isso naquele quadro com pouca luz, mas ela estava desidratada.
Saio e peço notícias se não evoluir como prognosticado por mim, e que a veria em 30 dias.

O RETORNO

Dentro desse mês eu tive que mudar de consultório, e pedi que avisassem a todos o clientes.
Como o pessoal da senhora X estava muito quieto pedi par que não ligassem porque achei que talvez eles estivessem sofrendo pelo luto.
Eu não a tinha visto melhor, e minha impressão era o da primeira consulta.
Passaram-se vinte dias de consultório novo quando me aparece para consulta a senhora X e sua filha, bravas por eu não ter avisado da mudança do consultório.
Ela tinha vindo andando, e estava já em atividades sem canseira, sem a cor horrível cianótica que tinha.
Avaliei-lhe, examinei e fiquei pasmo ao vê-la tão bem.
Lógico que o coração continuava grande e com extrassístoles, mas a função cardíaca tinha melhorado muito.
Evolui por mais duas vezes e ela ficou completamente bem e estável, voltando inclusive a sair para fazer compras, e acompanhar o neto em alguns passeios.
Não a vi mais por uns cinco anos.

A VOLTA

Novamente pedem-me uma consulta domiciliar para ela depois desse tempo todo.
Vou novamente, e chegando lá a encontro deitada, um pouco cianótica, com queixa de palpitações violentas com constrição no peito e muita falta de ar, acompanhada de falta de ar mesmo em repouso. Novamente esta de cabeceira alta.
Parecia o primeiro quadro.
O neto, ansioso, me pergunta o porquê sua avó faz barulho ao engolir, e pergunto como assim.
Ele vai a cabeceira, pega um pouco de água no copo e da para a avó tomar.
- TRUUK, TRUUK – pode se ouvir claramente.
- Esse barulho. Desde que ficou mal faz esse barulho para engolir líquidos ou sólidos.
Pronto é um dos sintomas que eu queria.
Repertorizo e dou-lhe uma dose de Hydrocyanicum acidum 30CH uma só dose.
Em dez dias me dizem que ela tinha voltado a ficar boa e peço que a levem no consultório então depois de vinte dias.
Depois disso não soube mais dela.
Três anos após, soube que ela tinha sido internada na UTI muito mal e morreu.

FIM 

Como ela tinha voltado a ficar boa não voltaram mais. É muito comum isso.
Esse quadro eu acho muito didático que nos mostrar como atua a Homeopatia em casos em que o tempo é muito importante devido a gravidade do caso.
Um dia, por acaso, encontrei o cardiologista que a havia acompanhado antes de mim.
Trocamos informações e ele ficou muito espantado com o que disse sobre ela e quis saber mais sobre a Homeopatia porque, como ele dizia, “parecia milagre”.