sexta-feira, 27 de outubro de 2017


ENTENDA O TRATAMENTO HOMEOPÁTICO




Muitos pacientes me procuram esperançosos e ansiosos pelos resultados do tratamento Homeopático.

A maioria vai estranhar a maneira de tratar da homeopatia por estarem acostumados com outras terapêuticas, como Alopatia.

Outros tantos vêm de formas alternativas de vida e buscam também a Homeopatia como alternativa.

Com muita frequência, ouço de pacientes ser eu a última esperança de se livrarem do mal que os afligem. Confesso não ser muito confortável ouvir isso, embora lisonjeiro.

Mas o que esperar da Homeopatia? O que esperar que se faça pela saúde de cada doente com esta terapêutica?

Por que muitos estranham o fato de ter que evoluir um tratamento para se livrar daquilo que chamamos doença?

Vamos tentar resolver as dúvidas sobre o tratamento Homeopático, para que possam avaliar direito o que se faz em nome da Homeopatia.

OS MALES CRÔNICOS


Como é de praxe, a base do tratamento médico no Brasil é a Alopatia com uma visão setorizada típica da escola norte-americana.

Muitos nunca ouviram sequer falar da Cadeira de Terapêutica Médica, acreditando que o que apenas existe é o que se oferece como alopatia.

Por ser a medicina bem setorizada as pessoas acreditam terem um problema aqui, outro em outro lugar, e seu mal representa a soma dos transtornos nos diversos órgãos ou em diversas regiões e sistemas.  


Nunca pensaram que pudesse haver outra maneira de se estudar um doente, tendo como tônica desse estudo o homem como uma unidade, onde a pergunta deveria ser:
            - por que certo paciente em estudo faz todos os seus transtornos patológicos em diversas regiões, órgãos ou sistemas corpóreo?
            - O que aconteceu com um paciente para mostrar tantos transtornos denominados como Gastrite, Hipertensão Arterial Sistêmica, Asma etc?

Há outro ponto de vista que visa entender o que ocorre com um indivíduo quando enferma, o que alterou no funcionamento do órgão ou sistema?

Posso entender uma gastrite como uma inflamação da mucosa do estômago, com hiperacidez erosão e que numa lâmina aos olhos da patologia mostram alterações típicas dessa alteração.

Mas fica difícil uma pessoa entender que muito antes de ter a gastrite ela já vinha doente o que culminou com a tal gastrite.

É essa a diferença mais básica entre a Homeopatia e outras terapêuticas, em especial a Alopatia.

A Homeopatia trata aquilo que tornou possível que uma pessoa ficasse doente, o que ela chama de Doença Crônica Dinâmica.

Sem ela é muito difícil ficar naturalmente doente.

Como a doença crônica dinâmica mudou a pessoa para que ela chegasse ao ponto de fazer uma Gastrite, uma Úlcera Péptica Duodenal, uma Hipertensão Arterial Essencial, uma Nefrite, uma Neurose, e assim vai.

O TRATAMENTO   



 O tratamento Homeopático visa acabar com essa susceptibilidade a enfermar mudando a situação do corpo humano doente para que fique sadio, não apresente a suscetibilidade a enfermar como resultado e assim se livre dos males crônicos, a que chamamos de enfermidades.

Há uma técnica terapêutica que permite ao médico atingir tal objetivo e levar o paciente ao estado de saúde, aniquilando a doença, que para a Homeopatia seria a Suscetibilidade a Enfermar e não sua consequência, que seriam as patologias que conhecemos, como no exemplo a Gastrite Crônica.

Para isso fazemos Um Tratamento que tem um começo, meio e fim.

No final a pessoa estará saudável por tempo indeterminado e não dependerá mais de medicamento homeopático para se manter assim.

O tratamento não será paliativo nem tampouco visa controlar um mal crônico.

Procuramos a cura definitiva para os males que nos dispomos a tratar.

Daí haver um início, um processo de cura que vai mudar a situação do corpo perante o universo equalizando a interação, o meio, e o processo de restauração da saúde, que é o fim. 

Há um processo em curso no tratamento, e não um medicamento para um mal que uma vez tomado não teremos os sintomas do mesmo.

As pessoas têm muita dificuldade em relação a isso. Acham que porque eu prescrevi uma medicação com uma dose única, magicamente tudo desaparece.

Nem, tampouco, há “remedinhos” para isto ou aquilo.  

Não é bem assim.

Há um processo de cura que, após o tempo gasto para tratar, ocorre o desaparecimento dos males pela extinção da susceptibilidade a enfermar.

Será notório um incremento da saúde e da adaptabilidade do individuo que não dependerá de mais nada para manter-se assim e será por tempo indeterminado.

Muitos começam a tratar e depois quando  chega o tempo de reavaliar e dar segmento ao tratamento me perguntam se é “retorno”. 

UM CASO 


A senhora A vem ao consultório para tratar seu filho, portador de infecções das vias aéreas superiores de repetição, que apresenta um baixo desenvolvimento. 

Ele não resiste às mudanças de tempo e à exposição a outras pessoas doentes.

Estudo o quadro e prescrevo uma dose única e aviso que poderá fazer um quadro agudo semelhante ao que ele vem apresentando, e que é para não medicar porque este quadro representa a reação do organismo contra a situação de enfermo. Qualquer intervenção pode produzir um problema adicional que pode colocar a criança em risco. 

Passado uns quinze dias, período previsto para reaparecer o mal provocado pela ação do medicamento, a mãe me liga dizendo que ele, de novo, estava doente e com febre.

Oriento novamente quanto ao que está acontecendo e peço que não medique. 

O quadro dura uns dois a três dias quando a febre desaparece e uma série de sintomas exonerativos aparece após o que a criança para de enfermar.

Mas passaram os três dias e a criança não evoluía, e a mãe me ligando todos os dias.

Até que através de alguns sintomas suspeitei que a criança estava desenvolvendo uma infecção, o que foi confirmado com o médico da cidade dela.

Achei tudo muito estranho, porque não é assim que evolui o quadro em um tratamento. Pedi para trazê-lo novamente em consulta para revê-lo, o que a mãe aceitou sem antes não me perguntar mil vezes se não era retorno.

Revejo, medico novamente e alerto quanto a procurar uma farmácia conhecida apara garantir que a medicação seja bem feita, porque a criança não respondeu a contento.

Só não responde a Homeopatia o morto, porque até o moribundo mostra perceber a ação do medicamento homeopático mesmo que seja a medicação similar e não a exata. 

Novamente a mesma história se repete, o garoto não responde. Numa das ligações falo com a avó que me diz ter medo de tanto antitérmico e Predisin que a mãe vem dando!

Como posso tratar alguém se justamente a mãe impede tratar a criança?

OUTRO CASO


 Uma mulher veio se tratar e deixei previsto que deveria voltar para uma nova consulta em sessenta dias para darmos a continuidade ao tratamento.

Porém o que ela se limitou a fazer é dizer por telefone que melhorou muito e que agora, nos sessenta dias, parece querer voltar o mal e pergunta o que faz, se toma de novo a dose.

Quando esses quadros não evoluem dizem :
            - Para mim a Homeopatia não funcionou.

São pessoas incapazes de perceber um plano de tratamento que poderá curá-los totalmente e para sempre. Mas para isso têm que se submeter ao tratamento, que pode às vezes ser desagradável no começo. Valorizam sua saúde tanto quanto um sapato e ao médico tanto quanto não incomodar os seus interesses.

Muitos justificam que é caro, e uma delas pediu para repetir a medicação, quando não fazem por conta bagunçando tudo, porque estava sem dinheiro porque passou as feridas na Flórida.

Há muitas pessoas que pelo fato da dose única ter produzido melhoras, repetem por conta a mesma medicação. Tempos depois, o que era uma boa expectativa de cura tornou-se um desfilar de sintomas molestos.

Ou voltam e omitem o mal que provocaram, ou dizem que a dose única não funcionou.

NÃO HÁ MILAGRES  


Para curar as pessoas é necessário empreender um ato médico e usar uma técnica adequada para levar o paciente a cura real. Podemos paliá-la, controlar, mascarar, mas para curar há uma atividade orgânica que muda sua situação, gastando um tempo próprio para cada um para atingir. Tem um preço no início que é um desconforto passageiro porque estando vivo o paciente vai perceber a ação do medicamento.

Mas as pessoas, cada vez mais, acham coisas estranhas quando nos pedem para resolver algo.

Às vezes acham que só por me verem e dar uma dose será o suficiente para acabar males que duram uma vida, ou porque sou conhecido e  isso é o suficiente para ajudá-las a pular desconfortos no processo de cura e o pior, posso fazer milagres.

Não há milagres e muito menos “remedinhos”.

Sou apenas um médico.

O MÉTODO HOMEOPÁTICO DE CURA 



Há um processo terapêutico capaz de ajudar a curar as pessoas portadoras de males, na sua maioria crônicos, que uma vez resolvidos devolve a liberdade de viver aos indivíduos, incrementando sua eficiência como ser humano, quer seja físico ou psiquicamente.

Mas no mundo das vaidades e do imediatismo querem deformar a realidade para uma “fórmula mágica” que só adiaria a resolução do problema.

Uma senhora iniciou o tratamento dez anos antes de voltar ao consultório para voltar a se tratar, que fez exatamente isso.

Após a primeira dose, reclamando muito, abandonou o tratamento. Dez anos depois envelhecida, com algumas cicatrizes de cirurgia, retorna com o mesmo mal, mais evoluído, querendo ser tratada; só que agora com o sofrimento incrementado, porém ela mais humilde.

Com uma dose e uma reposta formidável quase que liquida-se totalmente o mal. Na segunda dose, após uma nova consulta, não só sarou dos males como mudou todo seu desempenho como ser humano:
            - Não sei porque não me tratei até o fim antes, só sofri e me desgastei.... - observa
            - Não era o seu tempo ainda – foi o que apenas respondi.  

AFINAL


Não esperem cartadas de mágicos, não esperem se curar sem que também sigam a indicações dos médicos.

 No show da vida há muitas desculpas maravilhosas, mas a realidade é que apenas um tratamento sério e a atuação médica para corrigir e orientar os hábitos do cotidiano funcionam.

Só há um fato, que há doenças crônicas que produzem males limitantes, que infligem a mente e físico das pessoas a sofrimentos evitáveis e que podem ser tratados.   E, completando, que há uma possibilidade de curar através da Homeopatia em uma grande soma de casos.

Porém há que haver uma inteiração perfeita entre médico que prescreve e administra o tratamento até a cura, e o paciente que segue a instruções para que possa se curar o mais breve possível.

Há muitas situações lamentáveis, e com as crianças é pior porque seguem doentes por caprichos dos pais que impedem que se curem quando ainda crianças, porque assim seriam adultos melhores, e muito melhores.

Há limites para a Homeopatia como para qualquer outra terapêutica, porém os horizontes da Homeopatia são largos, permitem a recuperação das pessoas e lhes devolvem a alegria de viver.

Para isso apenas com os pés no chão, sem presunções de falsas sabedorias, aplicá-la através do médico competente, e para juntos conseguirem a almejada cura.  


Médico nenhum gosta de ver seus esforços trocados por crendices, vaidades e desinteresses.

Ser médico exige mais que o esforço por parte do profissional.

Exige, sim, uma abdicação pessoal para alcançar um bem maior que é a saúde para uma outra pessoa, motivo maior do ser médico.


  

quinta-feira, 5 de outubro de 2017



A HOMEOPATIA E O TRATAMENTO DAS QUEIXAS MENTAIS




O problema de Swellen até que não a impedia de levar uma vida quase normal porque, apesar de não andar de elevador por medo, o que lhe restringia aonde ir, voava o que permitia as viagens longas.

Não que os voos não lhe incomodassem, mas ainda poderia voar. Bem, isto até três meses da data da sua primeira consulta comigo.

Desses três meses até a consulta tinha piorado suas fobias e chegara a ter uma “crise de pânico”, o que muito a assustou. E tudo isso se revelou durante uma viagem de avião, e não melhorou mais.

Devido a isso, o marido marcou uma consulta para ela a fim de tentar resolver seu problema.

Descendente de judeus ingleses realmente parecia com uma “flor que brilha”, conforme o significado do seu nome (Shushannah). Loura, olhos azuis e sorridente, o que lhe acrescenta uma simpatia incrível. Mas os traços de seu rosto mostravam intensa tensão e sofrimento naquele momento.

Já em outro caso, a aflição de Eleonora era seu marido, que aos poucos se transformava num amontoado de carne deprimida.

Sempre fora um líder, crescera na vida devido a sua grande disposição para o trabalho e sua atividade inesgotável. Sempre foi positivo, sempre para frente, bem humorado até que começara a cair e logo a depressão ficou aparente.


Por mais que tentasse não conseguia entender e nem encontrar um meio que realmente o ajudasse, uma vez que teve reações muito desagradáveis com medicação Alopática.

Portanto a preocupação de sua “reluzente” (Eleonora) esposa era justificada, havia algo de errado com o marido.

Avaliações


Depois de exames, muitas consultas, ficou mesmo os diagnósticos de Ansiedade Fóbica e depressão respectivamente às histórias descritas.


Apesar de ambos fazerem psicoterapia e tomarem medicamentos “a coisa” evoluía.

Realmente ambos os casos são muito molestos e limitadores na vida cotidiana.

É comum se ter algum sintoma, mas não se importar com eles, apesar de já nos mostrar que algo não está certo. Em algum momento de nossa vida esse mal vai se mostrar, e crescendo, vai paralisando totalmente o nosso dia a dia, tirando todo o prazer de viver e desfrutar de nossa liberdade.

Como nossa avaliação é comumente pontual a grande, se não enorme, síndrome passa despercebida. Essa grande “discrasia” cria uma oportunidade de nos desajustar de forma incrível.

A Doença Dinâmica


Mas na Homeopatia o estudo é do indivíduo como um todo, não de um foco, um conjunto ou uma área enfermiça do corpo.

Isso porque, a Homeopatia entende que o indivíduo enferma como um todo, porque sua dinâmica com o universo está inadequada gerando a inadaptação e as tensões decorrentes que criam a “Susceptibilidade mórbida a enfermar”.


Como estamos mergulhados no universo, e ele está em constante mudança, estamos eternamente nos adaptando a ele. Essa dinâmica (dinâmica de vida ou vital) se for adequada dará um equilíbrio dinâmico chamado de saúde, que possibilita a perpetuação do indivíduo.

Mas se não for adequado, mesmo que mínimo, a tendência será a desorganização e o êxito letal. É quando os distúrbios e as enfermidades aparecem.

Passamos a apresentar limitações e “discrasias pessoais”, que são percebidas pelo médico homeopata quando estuda o paciente para entender seu mal, muito antes das patologias como a entendemos normalmente.

Esfera Psíquica


Mesmo os problemas na mente, no psiquismo da pessoa?

Mesmo, ou melhor, até ele.

Somos um todo realmente. Se o corpo sofre ele sofre como um todo, mente e físico, se adoece é assim que o faz.

Não há divisões. Elas apenas existem a fim de estudo, apenas isso. Todas as partes são incrivelmente integradas na formação da unidade.

Nunca lembramos que somos formados por células, não sentimos isso. Nem tampouco de tecidos e órgãos, a menos que se adoeça.


Tudo porque somos perfeitamente integrados, formidavelmente um ser único. Não há um amontoado organizado, mas uma unidade vital.

Apenas um problema físico

E nesse caso, o mesmo acontece. Um mal físico redundou no quadro clínico que apresenta.

A história pregressa pode ajudar muito ou pouco, mas o mal é físico e realmente causado pela “diátese mórbida dinâmica”, ou seja, pela alteração do sistema que permite reconhecer a situação do corpo no universo, processar essa informação e efetuar alterações que mudam a situação do corpo no universo.

Isso ocorre eternamente.

E quando não ocorre então o corpo como um todo luta para não se desfazer e deixar de ser, o que gera muitos e muitos sintomas, além daqueles que revelam as alterações, disfunções, decorrentes da mudança.

O Desfecho Do Caso


Não poderia ser outro senão a cura.

Tudo conspira para que o tratamento de certo.

Uma vez estimulado o corpo resolve-se de vez e a “síndrome” gerada pela doença dinâmica desaparece sobrando, senão que, saúde e uma péssima lembrança da doença. Dias difíceis!

Mesmo aparentemente sadios muitas vezes mostramos os sintomas, sutis para os leigos. Nesse momento o corpo consegue se sobrepor à desorganização, mas numa falha ela se mostrará todinha.


Quando a coisa se complica a manifestação da enfermidade será gradativamente mais complexa, sofisticada, até a incurabilidade do mal e a aproximação do fim.

Swellen, a flor que brilha, e o marido de Eleonora, a reluzente, apresentaram franca melhora e se livraram do mal.

Há limites na Homeopatia?


Sim há.

Por exemplo, um sintoma decorrente de uma alteração física irreparável gera sintomas que não traduz uma alteração do dinamismo de vida e, portanto, incurável. Seu dinamismo se apresentou alterado mesmo no nascimento, muito embora ainda não se mostrasse.

Não é uma doença ao ver da Homeopatia.

Tentamos, então, reparar o mal, como nas psicopatias que nascemos com elas, por exemplo.

Podemos ajudar muito, mas não curar, o que é uma pena.

Mas a maioria das doenças são consequências da alteração do dinamismo vital e, portanto, curáveis, a menos que se espere até o ponto da incurabilidade, o que comumente demora muito.

A Homeopatia poderia ser seriamente estudada. 

Poderíamos absorvê-las como mais uma técnica de cura e desenvolver um estudo sério e contínuo para se entender melhor, aperfeiçoar e desenvolver a técnica a níveis mais atuais e menos vulneráveis, à luz do método de estudo contemporâneo.  

A Homeopatia abre uma porta quase inexplorada do conhecimento sobre o ser vivo, no caso o humano.

O conhecimento acaba de vez com a especulação, que beira as crendices e, assim, abre o campo da eficiência e objetividade.