ENTENDA O TRATAMENTO HOMEOPÁTICO
Muitos
pacientes me procuram esperançosos e ansiosos pelos resultados do tratamento
Homeopático.
A maioria vai
estranhar a maneira de tratar da homeopatia por estarem acostumados com outras
terapêuticas, como Alopatia.
Outros
tantos vêm de formas alternativas de vida e buscam também a Homeopatia como
alternativa.
Com muita
frequência, ouço de pacientes ser eu a última esperança de se livrarem do mal
que os afligem. Confesso não ser muito confortável ouvir isso, embora
lisonjeiro.
Mas o que
esperar da Homeopatia? O que esperar que se faça pela saúde de cada doente com
esta terapêutica?
Por que
muitos estranham o fato de ter que evoluir um tratamento para se livrar daquilo
que chamamos doença?
Vamos tentar
resolver as dúvidas sobre o tratamento Homeopático, para que possam avaliar
direito o que se faz em nome da Homeopatia.
OS MALES CRÔNICOS
Como é de
praxe, a base do tratamento médico no Brasil é a Alopatia com uma visão
setorizada típica da escola norte-americana.
Muitos nunca
ouviram sequer falar da Cadeira de Terapêutica Médica, acreditando que o que
apenas existe é o que se oferece como alopatia.
Por ser a
medicina bem setorizada as pessoas acreditam terem um problema aqui, outro em
outro lugar, e seu mal representa a soma dos transtornos nos diversos órgãos ou
em diversas regiões e sistemas.
Nunca
pensaram que pudesse haver outra maneira de se estudar um doente, tendo como
tônica desse estudo o homem como uma
unidade, onde a pergunta deveria ser:
- por que certo paciente em estudo
faz todos os seus transtornos patológicos em diversas regiões, órgãos ou sistemas
corpóreo?
- O que aconteceu com um paciente
para mostrar tantos transtornos denominados como Gastrite, Hipertensão Arterial
Sistêmica, Asma etc?
Há outro
ponto de vista que visa entender o que ocorre com um indivíduo quando enferma, o
que alterou no funcionamento do órgão ou sistema?
Posso
entender uma gastrite como uma inflamação da mucosa do estômago, com
hiperacidez erosão e que numa lâmina aos olhos da patologia mostram alterações
típicas dessa alteração.
Mas fica
difícil uma pessoa entender que muito antes de ter a gastrite ela já vinha
doente o que culminou com a tal gastrite.
É essa a
diferença mais básica entre a Homeopatia e outras terapêuticas, em especial a
Alopatia.
A Homeopatia
trata aquilo que tornou possível que uma pessoa ficasse doente, o que ela chama
de Doença Crônica Dinâmica.
Sem ela é
muito difícil ficar naturalmente doente.
Como a
doença crônica dinâmica mudou a pessoa para que ela chegasse ao ponto de fazer
uma Gastrite, uma Úlcera Péptica Duodenal, uma Hipertensão Arterial Essencial,
uma Nefrite, uma Neurose, e assim vai.
O TRATAMENTO
O tratamento Homeopático visa acabar com essa
susceptibilidade a enfermar mudando a situação do corpo humano doente para que
fique sadio, não apresente a suscetibilidade a enfermar como resultado e assim
se livre dos males crônicos, a que chamamos de enfermidades.
Há uma
técnica terapêutica que permite ao médico atingir tal objetivo e levar o paciente
ao estado de saúde, aniquilando a doença, que para a Homeopatia seria a Suscetibilidade
a Enfermar e não sua consequência, que seriam as patologias que conhecemos,
como no exemplo a Gastrite Crônica.
Para isso
fazemos Um Tratamento que tem um
começo, meio e fim.
No final a
pessoa estará saudável por tempo indeterminado e não dependerá mais de
medicamento homeopático para se manter assim.
O tratamento
não será paliativo nem tampouco visa controlar um mal crônico.
Procuramos a
cura definitiva para os males que nos dispomos a tratar.
Daí haver um
início, um processo de cura que vai mudar a situação do corpo perante o
universo equalizando a interação, o meio, e o processo de restauração da saúde,
que é o fim.
Há um
processo em curso no tratamento, e não um medicamento para um mal que uma vez
tomado não teremos os sintomas do mesmo.
As pessoas
têm muita dificuldade em relação a isso. Acham que porque eu prescrevi uma
medicação com uma dose única, magicamente tudo desaparece.
Não é bem
assim.
Há um
processo de cura que, após o tempo gasto para tratar, ocorre o desaparecimento
dos males pela extinção da susceptibilidade a enfermar.
Será notório
um incremento da saúde e da adaptabilidade do individuo que não dependerá de
mais nada para manter-se assim e será por tempo indeterminado.
Muitos começam
a tratar e depois quando chega o tempo
de reavaliar e dar segmento ao tratamento me perguntam se é “retorno”.
UM CASO
A senhora A
vem ao consultório para tratar seu filho, portador de infecções das vias aéreas
superiores de repetição, que apresenta um baixo desenvolvimento.
Ele não
resiste às mudanças de tempo e à exposição a outras pessoas doentes.
Estudo o quadro e prescrevo uma dose única e
aviso que poderá fazer um quadro agudo semelhante ao que ele vem apresentando,
e que é para não medicar porque este quadro representa a reação do organismo
contra a situação de enfermo. Qualquer intervenção pode produzir um problema
adicional que pode colocar a criança em risco.
Passado uns
quinze dias, período previsto para reaparecer o mal provocado pela ação do
medicamento, a mãe me liga dizendo que ele, de novo, estava doente e com febre.
Oriento
novamente quanto ao que está acontecendo e peço que não medique.
O quadro dura uns dois a três dias quando a
febre desaparece e uma série de sintomas exonerativos aparece após o que a
criança para de enfermar.
Mas passaram
os três dias e a criança não evoluía, e a mãe me ligando todos os dias.
Até que
através de alguns sintomas suspeitei que a criança estava desenvolvendo uma
infecção, o que foi confirmado com o médico da cidade dela.
Achei tudo
muito estranho, porque não é assim que evolui o quadro em um tratamento. Pedi
para trazê-lo novamente em consulta para revê-lo, o que a mãe aceitou sem antes
não me perguntar mil vezes se não era retorno.
Revejo, medico novamente e alerto quanto a procurar uma farmácia conhecida apara garantir que
a medicação seja bem feita, porque a criança não respondeu a contento.
Só não
responde a Homeopatia o morto, porque até o moribundo mostra perceber a ação do
medicamento homeopático mesmo que seja a medicação similar e não a exata.
Novamente a
mesma história se repete, o garoto não responde. Numa das ligações falo com a
avó que me diz ter medo de tanto antitérmico e Predisin que a mãe vem dando!
Como posso
tratar alguém se justamente a mãe impede tratar a criança?
OUTRO CASO
Uma mulher
veio se tratar e deixei previsto que deveria voltar para uma nova consulta em
sessenta dias para darmos a continuidade ao tratamento.
Porém o que
ela se limitou a fazer é dizer por telefone que melhorou muito e que agora, nos
sessenta dias, parece querer voltar o mal e pergunta o que faz, se toma de novo
a dose.
Quando esses
quadros não evoluem dizem :
- Para mim a Homeopatia não
funcionou.
São pessoas
incapazes de perceber um plano de tratamento que poderá curá-los totalmente e
para sempre. Mas para isso têm que se submeter ao tratamento, que pode às vezes
ser desagradável no começo. Valorizam sua saúde tanto quanto um sapato e ao
médico tanto quanto não incomodar os seus interesses.
Muitos
justificam que é caro, e uma delas pediu para repetir a medicação, quando não
fazem por conta bagunçando tudo, porque estava sem dinheiro porque passou as
feridas na Flórida.
Há muitas
pessoas que pelo fato da dose única ter produzido melhoras, repetem por conta a
mesma medicação. Tempos depois, o que era uma boa expectativa de cura tornou-se
um desfilar de sintomas molestos.
Ou voltam e
omitem o mal que provocaram, ou dizem que a dose única não funcionou.
NÃO HÁ MILAGRES
Para curar
as pessoas é necessário empreender um ato médico e usar uma técnica adequada
para levar o paciente a cura real. Podemos paliá-la, controlar, mascarar, mas
para curar há uma atividade orgânica que muda sua situação, gastando um tempo
próprio para cada um para atingir. Tem um preço no início que é um desconforto
passageiro porque estando vivo o paciente vai perceber a ação do medicamento.
Mas as
pessoas, cada vez mais, acham coisas estranhas quando nos pedem para resolver
algo.
Às vezes
acham que só por me verem e dar uma dose será o suficiente para acabar males
que duram uma vida, ou porque sou conhecido e isso é o suficiente para ajudá-las a pular
desconfortos no processo de cura e o pior, posso fazer milagres.
Não há
milagres e muito menos “remedinhos”.
Sou apenas
um médico.
O MÉTODO HOMEOPÁTICO DE CURA
Há um processo
terapêutico capaz de ajudar a curar as pessoas portadoras de males, na sua
maioria crônicos, que uma vez resolvidos devolve a liberdade de viver aos
indivíduos, incrementando sua eficiência como ser humano, quer seja físico ou
psiquicamente.
Mas no mundo
das vaidades e do imediatismo querem deformar a realidade para uma “fórmula mágica”
que só adiaria a resolução do problema.
Uma senhora iniciou
o tratamento dez anos antes de voltar ao consultório para voltar a se tratar, que
fez exatamente isso.
Após a
primeira dose, reclamando muito, abandonou o tratamento. Dez anos depois
envelhecida, com algumas cicatrizes de cirurgia, retorna com o mesmo mal, mais evoluído,
querendo ser tratada; só que agora com o sofrimento incrementado, porém ela mais
humilde.
Com uma dose
e uma reposta formidável quase que liquida-se totalmente o mal. Na segunda dose,
após uma nova consulta, não só sarou dos males como mudou todo seu desempenho
como ser humano:
- Não sei porque não me tratei até o
fim antes, só sofri e me desgastei.... - observa
- Não era o seu tempo ainda – foi o
que apenas respondi.
AFINAL
Não esperem
cartadas de mágicos, não esperem se curar sem que também sigam a indicações dos
médicos.
No show da
vida há muitas desculpas maravilhosas, mas a realidade é que apenas um
tratamento sério e a atuação médica para corrigir e orientar os hábitos do
cotidiano funcionam.
Só há um
fato, que há doenças crônicas que produzem males limitantes, que infligem a
mente e físico das pessoas a sofrimentos evitáveis e que podem ser
tratados. E, completando, que há uma possibilidade de
curar através da Homeopatia em uma grande soma de casos.
Porém há que
haver uma inteiração perfeita entre médico que prescreve e administra o
tratamento até a cura, e o paciente que segue a instruções para que possa se
curar o mais breve possível.
Há muitas
situações lamentáveis, e com as crianças é pior porque seguem doentes por
caprichos dos pais que impedem que se curem quando ainda crianças, porque assim
seriam adultos melhores, e muito melhores.
Há limites
para a Homeopatia como para qualquer outra terapêutica, porém os horizontes da
Homeopatia são largos, permitem a recuperação das pessoas e lhes devolvem a alegria
de viver.
Para isso
apenas com os pés no chão, sem presunções de falsas sabedorias, aplicá-la
através do médico competente, e para juntos conseguirem a almejada cura.
Médico
nenhum gosta de ver seus esforços trocados por crendices, vaidades e desinteresses.
Ser médico
exige mais que o esforço por parte do profissional.
Exige, sim,
uma abdicação pessoal para alcançar um bem maior que é a saúde para uma outra
pessoa, motivo maior do ser médico.