quarta-feira, 27 de julho de 2016

Dúvidas e confusão


Muitas pessoas têm confundido a Homeopatia com formas de tratamento que nada tem a ver com ela. Assim é com repeito ao Tratamento Ortomolecular.
Alguns ainda dizem ser a mesma coisa, o que não é a realidade e nem tampouco pode ser considerado um tratamento naturalista como dizem.
A intensão das duas são totalmente diferentes como vamos falar nesta matéria, e vamos esclarecer alguns pontos para não se caminhar na ignorância quanto a este assunto.
A medicina Natural ou naturalista era uma forma de tratar que envolvia muitas técnicas, algumas para nós hoje bizarras. Tinham um fundo filosófico de cunho existencialista e não era baseada na escola médica nem para a época em que vigorou como terapêutica.


O TRATAMENTO ORTOMOLECULAR



Saber o que é um tratamento ortomolecular é algo que parece fugir do conhecimento geral.
Na verdade, existem elementos que o nosso corpo utiliza em quantidade ínfimas, agindo em diversas funções bioquímicas e estruturais  no organismo.
A falta desses elementos pode acarretar disfunções mínimas ou muitos sintomas molestos.  
São traduzidos em mal estares, sintomas carenciais ou não, que podem traduzir em um trastorno da saúde.
Assim se criou o termo Tratamento Ortomolecular para designar uma teoria que afirma que todas as doenças podem ser curadas pela restauração das quantidades ótimas das substâncias naturalmente presentes no organismo.
Falamos neste Blog sobre um conceito de Terapêutica e suas modalidades.
É aqui que entra a chave para se entender corretamente o assunto.
Quando o corpo adoece por falta de um oligoelemento, o tratamento lógico é a reposição do elemento faltante e espera-se com isso a normalização do sistema orgânico.
Assim é, que no ato médico, comumente se atua nesse sentido, naturalmente repondo o que falta ao organismo. É uma ação normal da atividade médica, e não representa um ato especializado em si.
Por um exemplo, é comum corrigir um distúrbio hidro-eletrolítico com água, que não é um oligoelemento, com magnésio, sódio, potássio, fósforo que são elementos químicos, os oligoelementos.
Quem já não leu a bula de um polivitamínico e não percebe uma lista de mineiras no complexo? Foram formulados para reposição desses oligoelementos de uma maneira geral.
A própria vitamina B12 é um oligoelemento, porque usa-se muito pouca quantidade para as necessidades do corpo humano.
Quando de um paciente foi tirado uma grande parte de seu estômago haverá falta de quantidades necessárias de uma proteína chamada de Fator Intrínseco indispensável para a absorção da vitamina B12. Então uma série de sintomas começam a aparecer compondo um quadro carencial, mesmo que ele não se apresente como uma avitaminose B12 típica.
Repomos a vitamina como o tratamento desse quadro clínico e os sintomas desaparecem porque normalizamos a oferta da vitamina.
Hoje é muito discutida a falta do elemento químico Magnésio, Zinco, Molibidenio, e tantos outros como fator desencadeante de sintomas que também são um transtorno carencial.
Ao meu ver, o ato de repor perdas ou faltas, esses estados carenciais,  é um ato corriqueiro da medicina. Nada há de mais, apenas uma ato médico. Indicar oligoelementos como medicamento é um grande erro.


FATOS



Conheço uma porção de afirmativas do tipo: “Cenoura faz bem para os olhos”.
A origem desta afirmativa vem de um interpretação simplista e direta de um fato observado.
O fato é que quando uma pessoa apresenta avitaminose A, pode, com certeza,  apresentar a cegueira notura (Nctalopia) entre outros sintomas.
Quando então tratamos repondo a vitamina A, a função da visão volta ao normal.
Então um observador despreparado pensa mais ou menos assim:
  • Se a vitamina A recuperou a visão de um paciente com cegueira noturna então ela faz bem para os olhos.
A afirmação  de que a vitamina A recupera a visão de uma pessoa com avitaminose A com cegueira noturna é  correta, mas a afirmação de que a vitamina A faz bem para os olhos não esta correta.
Tive um quadro de uma Nefrite grave por hipervitaminose A.  
A paciente tomava vinte mil unidade por dia, fora a outra parte da dieta, de vitamina A,  por indicação de uma nutricionista.
As vitaminas não são medicamentos indicados para doença a não ser quando estamos diante de uma avitaminoses ou hipovitaminose.
Pequenas faltas de vitaminas e oligoelementos podem interferir nos diversos mecanismos bioquímicos do corpo ocasionando uma hipofunção ou trazendo o acúmulo de muitos elementos que são nocivos à saúde devido a ciclos bioquímicos incompletos.
Esses mesmos elementos que provocam um estado carencial quando em quantidades
insuficientes para nosso corpo podem ser muito ruins ao organismo se em excesso.
A terapia Ortomolecular tem por finalidade a correção desses deficits através de orientações e correções dos hábitos alimentares humanos, ou restituindo elementos faltantes.


“Os tratamentos propostos pela prática ortomolecular e biomolecular incluem, entre outros, a correção nutricional e de hábitos de vida; a reposição medicamentosa das deficiências de nutrientes; e a remoção de minerais como ferro e cobre, quando em excesso, e de agrotóxicos, pesticidas ou aditivos alimentares”.Folha de São Paulo, 05/02/2010  


A HOMEOPATIA



A Homeopatia é uma atécnica terapêutica que procura tratar a causa das doenças humanas, e assim promover a saúde da pessoa como um todo.
Um indivíduo fica doente, para os leigos e médicos não homeopatas, num momento bem além do inicio das alterações mórbidas que causaram a suscetibilidade a enfermar, aquilo que se observa como uma doença.
A alteração física que possibilitou aparecer todos os transtornos e acidentes mórbidos, em poucas palavras, é muito anterior ao aparecimento da entidade nosológica.
O que origina as doenças crônicas e agudas em um indivíduo é conhecido e corrigido pela Homeopatia.
Desta forma, o indivíduo perde a suscetibilidade de ficar doente, ou retorna ao estado de saúde perfeita e pode gozar sua vida no mais alto nível possível.
Como para um homeopata o objeto do estudo é a alteração que causa mudança em todo o corpo não haverá separação conhecida da mente e corpo. O  doente como um todo será tratado, tendo-se em vista estes pontos, e não apenas aquilo que se mostra como uma doença.
E , também, não será a soma de todos os transtornos que a enfermidade pode produzir que se mostrará como o todo em estudo, senão que a alteração da “pessoa na sua inteiração com o seu meio onde vive”, que nos vai interessar.
Dessa alteração anômala, da perda dessa capacidade de se adaptar às mudanças eternas do meio, é que nos darão a perceber, através de sinais e sintomas, o que é e como tratar a verdadeira doença crônica do doente. Essa alteração será, em última instância, as doenças que comumente conhecemos como uma enfermidade.
Muito diferente da ortomolecular que é mais o ato médico de suprir faltas de elementos vitais à saúde do indivíduo, a Homeopatia é o restaurador da saúde plena de uma pessoa, o restaurador do seu estado natural, o que chamamos de saúde.


VERDADES & MENTIRAS



Não se cura doenças crônicas e agudas com a terapêutica Ortomolecular senão que corrige deficits de elementos indispensáveis à vida.
Pode dar a falsa ideia de que pode-se curar uma doença observando-se o restaurar o equilíbrio com a oferta de oligoelementos faltantes ao organismo.
Precisa-se ver com cuidado promessas de rejuvenescimentos, alongamento de vida, reposição de colágeno da pele e coisas assim, porque beira a atitudes de crendices em um século em que as informações estão disponíveis.
Acima de tudo, uma atitude correta na vida tanto no que tange a alimentação, exercícios, repouso etc será a melhor atitude “ortomolecular” que poderemos ter para garantir a oferta suficiente de oligoelementos para nosso sistema orgânico e garantir um metabolismo funcionando adequadamente.
Se houver uma falta incorrigível, por algum motivo, reporemos aquilo que nos falta.
Com toda certeza, a ingestão de quantidades de muitos elementos para executar ações especiais com fins caprichosos pode até ser uma ação que sobrecarrega o corpo humano senão que mera pretensão quase infantil.


A MEDICINA



A Medicina é um campo de conhecimentos científicos aplicados ao homem a fim de manter, tratar, diminuir um mal , aliviar um enfermo, de promover a saúde.
Suas técnicas são testadas cansativamente e aperfeiçoadas para que deixem o mínimo de sequelas e que a cura seja suave, durável e rápida dentro do campo de possibilidades.
Suas ações são divididas em áreas, nos níveis de atenção à saúde, devido a complexidade do organismo e ao excesso de informação para aplicação de tais técnicas.
É assim que nascem as especialidades.
Podemos e devemos fazer algo para manter o nosso sintema corpóreo otimizado, seguindo as orientações médicas, alimentares, de higiene física e mental, fazendo exercícios, nos hidratarmos adequadamente. Seguindo enfim, o conhecimento que hoje dispomos para uma atitude otimizada para como a saúde, a começar pelos hábitos e atitude ante a vida.
A doutora em nutrição Ana Lúcia Caram, com sua atividade em nutrição voltada para clínica, tem ajudado muito a evoluir casos para que atinjam a saúde integral, ou simplesmente a manter o estado de saúde.
Baseia-se apenas no conhecimento científico voltada a nutrição e os resultados são por mim atestados como ótimos.
Não é certamente com uso de fórmulas maravilhosas e dispendiciosas que se consegue isso, mas através da orientação alimentar adequada e individualizada para que junto a um tratamento médico de promoção de saúde os resultados sejam altamente positivos.  
Desta maneira se faz a melhor forma de prevenção do envelhecimento prematuro e promove-se a longevidade.
Em suma, a Homeopatia visa curar o indivíduo como um todo, tratando a alteração mórbida através da qual os indivíduos se desajustam e adoecem.
O ato ortomolecular, como um ato médico, visa a reposição dos elementos que tratarão os estados carenciais humanos.
Não há cara ou coroa, apenas Medicina.