segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Medicina: uma complexidade ainda que moderna

Muito se fala hoje sobre a medicina e seus procedimentos.
Muito se preconiza o que é saudável e bom para prevenir doenças.
Muitos se acham aptos a falar sobre assuntos médicos sem estarem preparados para tal.
A Medicina é uma área da ocupação humana que sempre ocupou a mente de todos, pelo simples fato de que somos todos vulneráveis a adoecer e morrer.
A medicina é uma profissão que incorpora a ciência e o método científico à arte de se médico.   A arte de cuidar de doentes é tão antiga quanto a própria humanidade.
Mesmo em eras modernas, a arte de cuidar e confortar, guiada por milênios de aplicação do bom senso e por uma abordagem sistemática mais recente da ética médica, continua a ser a viga mestra da medicina.
Sem essas qualidades humanísticas, a aplicação da ciência moderna à medicina fica aquém  do ideal , e é inútil e poder ser até deletéria.” ( Lee Goldman e Dennis Ausiello)

Hoje um arsenal de máquinas trabalha para que a Medicina se torne mais exata, mas nada a torna assim mais exata que a presença de um médico perito no exercício da atividade médica.
A confiança na tecnologia moderna faz com que a formação do médico seja negligenciada. Porém a tecnologia é limitada justamente onde nos diferenciamos das máquinas.
O homem, que é capaz de análise e síntese, não foi ainda superado pela tecnologia, digital ou não. Ela nos permite estender nossa ação, mas não nos substitui.
Para o fim médico, o profissional deve ser formado desde o início para o exercício da profissão com esmero no conhecimento e na prática médica.
Deve-se acrescentar o conhecimento de outras áreas do conhecimento humano para a formação pessoal do profissional médico.
Assim, sua formação deve ser dirigida tecnicamente para a formação do médico como profissional que domine a tecnologia e conhecimento da cultura médica.
Deve, também, ser dirigida à formação da pessoa do médico como um ser humano, que precisa ser dotado da formação pessoal para tratar outro ser semelhante e que esta doente.
Assim a medicina é formada por muitas cadeiras que abrangem muitas ciências do conhecimento humano e da cultura humana global e regional.
Emprestamos da Biologia, da Física, da Química, da Antropologia, da Sociologia, de outras ciências, em fim, o corpo de conhecimentos que chamamos Medicina.
Na atualidade muitos reconhecem a medicina como ciência, outros tantos como um conjunto de conhecimentos técnicos aplicados a salvar pessoas, levantando novamente a grande discussão de o que é Conhecimento e o que Sabedoria.
Assim nos diz o doutor Alexandre Feldman, no seu artigo “Medicina – Arte ou Ciência?”:
Não se ouve falar em “arte” da medicina durante os anos de              aprendizado. Não se estuda a “arte” da medicina nos livros-texto e periódicos de prestígio.
Mas ainda assim, a arte está presente e transcende toda a ciência quando, por exemplo, um paciente em seu leito de morte olha para o médico e pergunta “– O que eu faço agora?”. A resposta irá, com toda certeza, diferenciar a medicina como arte nobre e atemporal, de uma prática ignóbil e sem alma.”

Resumindo, a Medicina é formada por diversas especialidades do conhecimento técnico humano e aplicado por um médico para a promoção e manutenção  da saúde e a prevenção de doenças.
Cabe ao Médico o conhecimento e a sabedoria de saber aplicar os conhecimentos de forma hábil e com o maior benefício para o doente, e de forma mais rápida, indolor e definitiva possível.
Ele fará o diagnóstico, de onde se saberá o prognóstico, a patogenia, o agente etiológico e como tratar adequadamente.
É desta ultima cadeira, a que chamamos de Terapêutica médica, onde também se encontra a Homeopatia.
Todo o ato médico deve ser preciso e efetivo no ato de curar, minimizar o mal e a dor com seus desconfortos.
A tendência atual é supervalorizar a máquina, porém isto pode por em risco a vida humana, porque a avalição do indivíduo como um doente só pode ser feita por um ser humano preparado para esta finalidade.
Vi em minha vida médica, muitos pacientes que chegaram sofrendo, trazendo uma sacola de exames, os mais variados, sem muito ajudar.
Vi, também,  prescrições as mais variadas para tratar alterações em exames que mostravam apenas mais um efeito de uma doença, que de longe era o que tratavam.
A medicina para ser útil e eficiente há que ser setorizada através de níveis de atenção para que não caia em comercio desleal e cruel.
Assim, ela foi estudada e se desenvolveu uma divisão de intenções médicas que se chamou de Níveis de Atenção à Saúde:
Nível de Atenção Primário à Saúde: É onde 90% dos problemas em saúde são resolvidos. É neste nível onde se faz a limitação do mal através dos grupos de pacientes com patologias comuns e se desenvolve a ação preventiva contra as doenças, junto a educação em saúde, para as pessoas.
Acima de tudo, é onde vemos a aplicação em larga escala da promoção e manutenção da saúde, área de maestria da Homeopatia.
Nível de Atenção Secundário à Saúde  é onde encontramos os quatro primeiros especialistas de grandes áreas que são o Clinico Geral, Ginecologista, Cirurgião Geral e o Pediatra. Atuam num Hospital Geral como internos ou médicos dos Ambulatórios hospitalares.
Já o Nível de Atenção Terciário à Saúde  é onde encontraremos as especialidades e super-especialidades.
Para dizermos que temos um sistema médico decente temos de ver essa estrutura instalada no país, e funcionando. Caso contrário, corremos o risco da mercantilização, da transformação da medicina em instrumento da politicagem, e a criação de um ônus social  sem precedentes em nome de se fazer saúde.
Não há medicinas, há apenas o mais alto ideal de se promover a humanidade no que se diz respeito a saúde.
“ A mais alta e única missão do médico é restabelecer a saúde nos doentes, que é o que se chama curar.
O ideal máximo da cura é o restabelecimento rápido, suave e duradouro da saúde, ou remoção e aniquilamento da doença, em toda a sua extensão, da maneira mais curta, mais segura e menos nociva, agindo por princípios facilmente compreensíveis.” (Samuel Hahnemann – Organon da Arte de Curar § 1-2 )  

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Saúde: obrigado!


Recentemente pensei comigo:
-Falam-se muito em saúde, mas será mesmo que sabem o que é saúde?
Foi um momento em que a repetição de informações chega a uma intensidade que começamos a nos questionar se o que fazemos é realmente bom para as pessoas.
Ou se o que nos cobram em nome da saúde provém de alguém que sabe o que nos pedem?
Não raro ouço que vão ao médico para pedir um exame porque estão com algum mal. Entendam por isso um diagnóstico pré-formulado.
Sinceramente, estranho tal postura.
Buscar um médico é saudável quando não nos sentimos bem. Mas as vezes sinto que não é bem assim.
No final do ano estava assistindo o telejornal que narrava a falta de médicos, dizendo estar os pronto socorros e pronto atendimentos cheios de pessoas esperando por uma consulta.
Enquanto falavam vai desfilando a imagem de salas de espera repleta de pessoas.
Observando bem, notei uma senhora que fazia crochê ou coisa assim, outro senhor lia jornal; outras duas pessoas conversavam animadamente entrecortada com risos; crianças brincando, e até duas delas de pega-pega.
A jornalista frisava ser calamitosa a situação.
Para não dizer que vi algum rosto falando de sofrimento, havia um no meio de tanta festa que denotava abatimento moral, daqueles rostinhos que nos falam de tristeza ou depressão.
Para falar a verdade, até as recepcionistas estavam preocupadas com o cabelo, arrumando a cada minuto, com as mãos, para saírem bem na TV.
A câmera muda o foco para as pessoas esperando fora da sala de espera. Via-se pessoas fumando, fazendo lanchinho rápido, em pequenos grupos conversando, e umas saindo outras voltando e até quem pulasse um murinho animado.
Pensei comigo, qual seria a necessidade real para que pessoas procurassem o serviço médico?
Certa vez numa cidade vizinha me vi na necessidade de ir ao supermercado no final de semana, domingo de manhã. Foi um espanto para mim o número grande de pessoas la dentro.
Pergunto ao meu amigo anfitrião:
- Alguma oferta especial, ou evento?
- Não, não – respondeu- eles veem passear no supermercado de manhã...
- Para fazer compras? – pergunto novamente
- Não, João, apenas passear – responde naturalmente. Realmente, para sair os caixas estavam vazios e o supermercado cheio de gente animada e conversadeira.
Não falo que os que procuram o pronto atendimento não precisem realmente de assistência médica, porque seria um julgamento leviano de minha parte, mas mostravam que algo não anda bem na saúde do Brasil.

Neste intuito procurarei mostrar algumas coisas para ajudar pessoas na avaliação crítica do recebem como serviços em nome da saúde, e lógico falar da Homeopatia.