quarta-feira, 17 de junho de 2015


A LEI DOS SEMELHANTES 

 


      Como vimos na matéria anterior, há um sistema que integra todo o organismo criando uma unidade, responsiva que se auto-mantém adaptada dentro das condições possíveis à vida.
Uma interferência nesse sistema integrador, sistema de vida vegetativo, prejudicará a manutenção da saúde. 

É curioso saber que mudanças tão sutis, imperceptíveis aos nossos sentidos, senão através de sintomas e sinais físicos, possam nos comprometer a saúde e nos levar à morte.
O Homeopata estuda o indivíduo no seu universo e tenta entender como essa interferência, a doença dinâmica, alterou o homem na sua interação como o universo a ponto de o tornar suscetível a adoecer.
Quando medicamos, fazemos o inverso.
Procuramos adequar ao indivíduo um medicamento que tem a capacidade de alterar a saúde de um homem sadio, de forma o mais semelhante possível à doença (Lei dos semelhantes).
Por ser o medicamento de natureza diversa do nosso sistema orgânico, quando percebido pelo sistema vegetativo, este reage prontamente, fazendo uma resposta clara contra ele, que é a imagem da doença (desequilíbrio do dinamismo vital) a ser tratada .
Como o medicamento é praticamente virtual, isso servirá para arranjar a resposta do sistema, eliminando a interferência mórbida que produziu a alteração dinâmica que limitava e enfermava o paciente e dificultava, em última instância, a adaptação do indivíduo ao universo.


A Lei do Semelhantes Se Perde No Tempo 



 Há citações muito antigas a uma arte de curar onde se empregava tal princípio. 


Hipócrates, quando sistematizou a medicina,  escreve pela primeira vez o principio  da Leis dos Semelhantes, um dos princípios formadores da terapêutica de Hahnemann.


Outros estudiosos mais tarde tentaram entender a aplicação  desse principio em vão.


São Thomas de Aquino, Paracelso se destacaram nessa tentativa infrutífera. 


Coube a Samuel Hahnemann aplicar tal princípio muito mais tarde com sucesso e definir a Homeopatia tal qual ela ela é como terapêutica médica.

Tudo se resume a um princípio simples, um estímulo uma resposta. 


Logicamente, o difícil é a plica-la a semelhança a alguma coisa. 

De início o princípio chegou a ser interpretado de acordo com o que viam fisicamente da enfermidade como, por exemplo, para um vômito verde um medicamento verde.

Paracelso criou a Teoria das Signaturas, onde as características de certos medicamentos (físicos) lhe indicariam o emprego como gosto, cor, textura etc., tentando aplicar o conceito da Lei dos Semelhantes 

Mas Hahnemann, teve o brilhantismo de ver na toxicologia algum princípio que depois de estudos e experimentações pode confirmar o cominho do emprego da lei dos semelhantes.

Resumindo: 

A Lei dos Semelhantes refere-se ao conceito usado na Homeopatia segundo o qual o medicamento deve produzir no organismo vivo uma situação o mais semelhante possível à doença natural, produzida por um medicamento, a fim de despertar uma resposta curativa e reparadora do organismo.
O indivíduo sadio sofre uma alteração produzida por uma doença dinâmica. o que gera sintomas e sinais. 
Através deles o médico vem a conhecer a alteração que sofreu este indivíduo, agora doente, e pode de uma maneira hábil aplicar-lhe um estímulo o mais semelhante possível à ação mórbida que o alterou.
Assim, espera-se, o que quase sempre ocorre, uma resposta contra o próprio medicamento que é a que aquela que o sistema deveria produzir para se curar.   

segunda-feira, 1 de junho de 2015


         O QUE HOMEOPATIA TRATA 


Quando tratamos as pessoas com a Homeopatia, não tratamos uma parte do corpo que esteja enferma, e nem sequer uma doença específica, tratamos aquilo que leva as pessoas a ficarem suscetíveis a enfermar.
Portanto, a partir desta suscetibilidade a enfermar, é que se desenvolve a maioria das doenças crônicas que nos afetam.
Na verdade, é uma questão de “desadaptação”.
Vivemos mergulhados no universo e mantemos com ele uma inter-relação de uma dinâmica formidável.
O universo pessoal, a parte do universo com que entramos em contato, muda a todo o momento, e nós mudamos também como consequência dessa mudança, para nos adaptar a ele.
Dessa interação, resulta um equilíbrio dinâmico, que deverá ser tal que possibilite a continuidade da vida.
Ele será perpetuamente dinâmico, e isso garante a inteireza de todo o sistema de vida. (Dinamismo de vida de Hahnemann )
Dessa forma, então, é que o corpo acompanha as mudanças do nosso meio, e nos mantemos íntegros e vivos, tudo isso, é lógico, dentro da capacidade humana de responder.
Há uma parte do nosso organismo que controla todo o nosso sistema, nos integra para formar uma unidade, apesar de sermos formados por partes. E essa unidade interage com o universo, buscando sempre a adaptação, o equilíbrio.

É o Sistema de Vida Vegetativo, formado por várias unidades de controles integradas, através de varias organelas e sistemas de controle, como os gânglios e centros nervosos autônomos.
Todo esse sistema é muito complexo, e, no sentido geral do termo, é formado por um aparelho Sensitivo, outro Processador e por outro, ainda, Efetor: todos eles trabalham formando um sistema integrado, que percebe a situação do corpo no universo, processa a informação e finalmente efetua uma série de ações que mudarão a situação do corpo no meio em que vivemos.
Dessa forma, é possível ao organismo responder a uma ação do meio, aos moldes do binômio estímulo/resposta.
O sistema que percebe a situação do corpo no universo lança mão de todas as informações provindas dos terminais sensitivos nervosos do corpo humano, dos órgãos sensitivos e até das informações provindas da consciência.
Após processadas essas informações, o sistema orgânico efetua as primeiras respostas através da ação “estímulo/inibição” sobre centros neuroendócrinos específicos que, se desdobrando, vão criando uma cascata de novos estímulos e ações, ou estímulos do tipo “galhos de árvore”, que ganham complexidade e dão o que percebemos como resposta do corpo humano.

Ocorre uma mudança da situação do corpo em relação ao universo, e uma nova realidade é criada quando, e novamente, o sistema de vida vegetativo percebe a situação, processa e efetua uma nova resposta, isto num ato sem fim, e de uma dinâmica admirável[i].
Dessa inter-relação dinâmica surge um equilíbrio também dinâmico, que precisa ser compatível com a continuidade da vida, gerando o silêncio orgânico, a que chamamos de saúde.
Quando adoecemos, é esse sistema de vida vegetativo que adoece, quebrando o equilíbrio dinâmico (da interação entre o ser e o meio).
A dinâmica original assim quebrada dá origem a uma série de eventos mórbidos e distúrbios funcionais, criando vulnerabilidades e potencialidades a adoecer, a que, como um todo, chamamos, na Homeopatia, de “Suscetibilidade Mórbida”.
Isso obriga o organismo a reagir para tentar impor o equilíbrio dinâmico, sob o risco, se não o fizer, de desorganizar e morrer.
 Muitas vezes, impossibilitado de restaurar a originalidade da inteiração, cria-se um novo estado, este imperfeito e com grande dispêndio de energia.
Dessa situação nascem as tensões mórbidas, que acabarão por produzir aquilo que vemos como enfermidade ou desadaptação.
A suscetibilidade a adoecer coloca os órgãos e sistemas predispostos na probabilidade de gerar distúrbios e doenças como as conhecemos vulgarmente.
Pode o organismo se mostrar mais ou menos acometido, e estará também mais ou menos vulnerável ao meio em que vive.
Essa alteração no dinamismo de vida é de natureza evolutiva, e apresentará a suscetibilidade a adoecer de forma mais grave no passar do tempo.
Esse quadro evolutivo depende das condições ambientais, do padrão de vida do indivíduo e de sua vitalidade, que poderão oferecer maior ou menor resistência à evolução do desequilíbrio dinâmico.
Em decorrência disso, podemos dizer que, quando apresentamos toda a sintomatologia de uma enfermidade orgânica, bem antes desses eventos aparecerem já nos encontrávamos doentes, porém dinamicamente.
A enfermidade é o efeito terminal de uma doença que, preexistente, evolui até o quadro somático que vemos no momento.



[i]                       Hahnemann chamava de Dinamismo Vital