segunda-feira, 20 de julho de 2015

ENERGIA VITAL

O equilíbrio humano é como um lápis assentado sobre uma superfície, como um cilindro em pé. Pequenas alterações em sua posição podem levá-lo a cair facilmente.
Quem já não enfermou e sentiu o corpo se rearranjar e nossa vida retornar com disposição e unidade?
Graças à reorganização de todo o sistema, pode o corpo gozar da plenitude como uma unidade, e não como uma soma de partes.
Por trás dessa organização orgânica, há sistemas no comando, integrando e compondo um organismo vivo e responsivo ao meio.

Samuel Hahnemann enuncia a mesma ideia falando de energia vital, princípio vital, energia de vida ou princípio de vida. Dá a ela a propriedade de organizar e responder às mudanças e aos estímulos do universo. Controla todo o organismo. 
Ele compara aos oceanos, que tocam todos os continentes. Essa energia faria o corpo responsivo ao universo para criar e manter o equilíbrio-saúde

Ele usa o conceito da Energia vital mas da sinônimos outros para o mesmo princípio para evitar a confusão com a filosofia vitalista então vigente. 
SISTEMAS ENGLOBANTES
Explica, da mesma forma, que da alteração da energia de vida é que podem aparecer as enfermidades e os males humanos, com o surgimento da doença.

Daí o cunho Vitalista, que era discutido na filosofia médica de outrora: a enfermidade como o produto de uma alteração de um controle central diretor do indivíduo.
Pode-se perceber com a descrição da energia vital princípios como:
- Um poder centralizador da unificação do organismo vivo.
- Um sistema composto de outros tantos menores, que se englobam até sua situação final como  uma unidade. Sistemas que controlam as partes, que vão se englobando num maior até um que engloba a todos e dão a capacidade de vida da unidade assim formada.
- Capacidade de perceber discriminadamente toda a situação do corpo no universo, consciente e inconsciente, e que permite a resposta como uma ação equilibradora na inter-relação ser vivo e seu meio.
- Capacidade de processamento de informações capaz de dar um sentido objetivo as informações colhidas pelo sensório.
O conceito de Energia Vital mostra um conceito concêntrico de comando que o organismo dispões que vem a caracterizar o conceito antigo do vitalismo.  

quarta-feira, 1 de julho de 2015


                  AS INFORMAÇÕES DE QUE O MÉDICO PRECISA
As informações prestadas ao médico devem ser fidedignas, claras, precisas.
Não se deve aumentar ou diminuir a intensidade dos sintomas, nem mascará-los com outros que não existem.
Não é necessário dar ao médico um diagnóstico, mas sim a história detalhada da doença com seus sinais e sintomas.
Muitos colegas passaram por omissos, imprecisos, por atitudes de pacientes e seus familiares que omitiram, eles sim, informações essenciais, gerando risco de o paciente perder a vida.
O paciente é objeto de estudo por parte do médico, mas também o seu principal informante. Não cabe ao médico fazer um ajuizamento moral, ético ou o que quer que seja, senão tratar, corrigir ou limitar o mal.
Não se justifica a atitude de abster o médico de informação. Seria de se esperar, também, que o paciente compreendesse a indicação do médico quanto à elaboração de exames e procedimentos que lhe trarão mais informações sobre sua doença. O médico não é adivinho e depende de informações para poder ser assertivo.
Sejamos comedidos nos nosso atos com relação à medicina e sua aplicação, e busquemos um médico para que diagnostique e nos oriente para nos tratar de um mal. Não procuremos inventar sintomas para conseguir um exame por capricho de consumo.
Vamos atuar juntos, cada um na sua competência. Entendemos como é difícil para a pessoa que está no papel do paciente, ou no papel do parente próximo, enfrentar o período da doença. Mas o seu papel como informante no processo de estudo do caso é fundamental.

Não Precisava Ser Assim

É comum haver um desvio dos fatos por vários motivos, o que é lamentável e pode até ser fatal.
Um exemplo: veio a meu consultório uma mulher que uma vez por ano aparecia para consulta. Queixava-se de sangramento menstrual irregular e volumoso. Como parte da conduta, pedi que fosse ao ginecologista para uma avaliação, e ela afirmou já ter ido há menos de seis meses. Reafirmei a necessidade de voltar lá.
A paciente foi embora e voltou quase um ano depois. Chegou com queixas compatíveis com uma tromboflebite, e tive que tratá-la imediatamente devido à gravidade do caso. Apresentava-se emagrecida e pálida, e, no exame, verifiquei uma anemia acentuada. Devido à gravidade da tromboflebite, tratei-a e novamente questionei a visita ao ginecologista, e ela afirmou ter estado com ela , uma amiga médica, há menos de 40 dias e que estava tudo normal.
Pedi um hemograma, que quantificou essa anemia como acentuada, e insisti em que fosse ao hematologista, uma vez que na área ginecológica não havia nada e o exame realmente, pelo que me dizia, era recente. A paciente era lúcida e bem diferenciada.
Ficou me ligando por um longo período, quando insisti em que fosse buscar o hematologista ou um serviço de diagnose com exames, e ela foi se esquivando. Isso foi até que uns 60 dias depois, uma amiga dela, realmente médica, me ligou e negou que ela tivesse feito mais que um hemograma, informando que ela não queria recorrer a um serviço médico.
Essa atitude infeliz, por parte da paciente acabou lhe custando a vida, por simplesmente ter medo de que “fosse uma doença ruim”.
Foi uma doença ruim, e hoje tem cura!

O Mal Oculto

Outro paciente veio ao consultório porque tinha passado a apresentar convulsões. Foi encaminhado para exames e nada aparecia de anormal. Pesquisei todo seu hábito de vida e nada me era informado que pudesse ajudar no diagnóstico, inclusive uma pesquisa com sua mulher. O paciente foi usuário de álcool, por muito tempo em sua vida, causando dissabores à sua família. Mas havia parado de beber não fazia muito tempo.
O paciente não evoluiu ao tratamento. Foi internado e fui chamado para prestar informações para os colegas no hospital, que também não estavam entendendo o que acontecia com ele.
Quando eu saía da UTI, sua filha mais velha me chamou de lado e me informou que o pai estava sendo tratado, às escondidas, para parar de beber, com uma droga que sua mãe lhe administrava secretamente.
Bem, esta passou perto: foi isolá-lo por uns poucos dias da família, e o quadro regrediu.

Informação Fidedignas, Clara e Precisa

Há inúmeros outros casos, eu só mostrei os mais chocantes para dividir com vocês o espanto que tudo isso causa. Não dá para entender o porquê dessas atitudes, uma vez que procuramos um médico para resolver nossos problemas.
Além de causar um mal a si mesmo, causa um mal-estar no médico e a indignação da família, que tem dificuldade de aceitar o fato.
As informações prestadas ao médico devem ser fidedignas, claras, precisas. Repito: não se deve aumentar ou diminuir a intensidade dos sintomas, nem mascará-los com outros que não existem.

Tenho Um Problema No Fígado

Certa vez entrei num diálogo assim com uma paciente:
- Tenho um problema de fígado que gostaria de resolver, doutor.
- É o que a senhora sente? – perguntei-lhe.
- Mal no fígado, faz anos que sofro do fígado. Quando era nova, fiquei muito ruim e só sarei depois de tomar umas ervas.
Ela falava e apontava o lado errado como sendo o local do fígado.
- Sei sim, mas o que a senhora sente?
- Fiz vários exames, mas não adiantaram para nada. Continuei a sentir meu fígado.
E punha a mão no lado oposto da região do fígado. Tento buscar informações:
- Mas o que acontece quando a senhora fica mal do fígado?
- Fico mal e vou ao hospital, faço exames e depois dizem que não é nada, me dão uma injeção e me mandam embora.
Não havia meio de conseguir as informações... Continuo:
- A senhora não acha esquisito esse problema?
- Não doutor, é sério, tive até um derramamento de bílis.
- Como assim?
- Vomitei verde, às vezes tenho até dor de cabeça, daí eu paro o chá e tomo losna pura (vegetal) que é bom para o fígado.
- E daí, como fica o fígado?  
Aponto para onde ela diz ter o fígado, onde na verdade está o colon esquerdo.
- Melhora muito, desincha, o intestino funciona muito e os gases saem e eu melhoro do fígado.
Entendi o que queria dizer. Ela tinha gases, que ficavam enclausurados no colon esquerdo, e melhorava provocando evacuações com um diarreico.
E o fígado? Bem deixemos para lá, espero ter mostrando a dificuldade para termos sintomas claros.