Medicina: uma complexidade
ainda que moderna
Muito se fala hoje sobre a medicina
e seus procedimentos.
Muito se preconiza o que é saudável
e bom para prevenir doenças.
Muitos se acham aptos a falar
sobre assuntos médicos sem estarem preparados para tal.
A Medicina é uma área da ocupação
humana que sempre ocupou a mente de todos, pelo simples fato de que somos todos
vulneráveis a adoecer e morrer.
“ A medicina é uma profissão que incorpora a
ciência e o método científico à arte de se médico. A arte
de cuidar de doentes é tão antiga quanto a própria humanidade.
Mesmo em eras modernas, a arte de cuidar e
confortar, guiada por milênios de aplicação do bom senso e por uma abordagem
sistemática mais recente da ética médica, continua a ser a viga mestra da
medicina.
Sem essas qualidades humanísticas, a
aplicação da ciência moderna à medicina fica aquém do ideal , e é inútil e poder ser até
deletéria.” ( Lee Goldman e Dennis Ausiello)
Hoje um arsenal de máquinas
trabalha para que a Medicina se torne mais exata, mas nada a torna assim mais
exata que a presença de um médico perito no exercício da atividade médica.
A confiança na tecnologia moderna
faz com que a formação do médico seja negligenciada. Porém a tecnologia é
limitada justamente onde nos diferenciamos das máquinas.
O homem, que é capaz de análise e
síntese, não foi ainda superado pela tecnologia, digital ou não. Ela nos
permite estender nossa ação, mas não nos substitui.
Para o fim médico, o profissional
deve ser formado desde o início para o exercício da profissão com esmero no
conhecimento e na prática médica.
Deve-se acrescentar o
conhecimento de outras áreas do conhecimento humano para a formação pessoal do
profissional médico.
Assim, sua formação deve ser dirigida
tecnicamente para a formação do médico como profissional que domine a
tecnologia e conhecimento da cultura médica.
Deve, também, ser dirigida à
formação da pessoa do médico como um ser humano, que precisa ser dotado da
formação pessoal para tratar outro ser semelhante e que esta doente.
Assim a medicina é formada por
muitas cadeiras que abrangem muitas ciências do conhecimento humano e da
cultura humana global e regional.
Emprestamos da Biologia, da
Física, da Química, da Antropologia, da Sociologia, de outras ciências, em fim,
o corpo de conhecimentos que chamamos Medicina.
Na
atualidade muitos reconhecem a medicina como ciência, outros tantos como um
conjunto de conhecimentos técnicos aplicados a salvar pessoas, levantando
novamente a grande discussão de o que é Conhecimento e o que Sabedoria.
Assim nos diz o doutor Alexandre
Feldman, no seu artigo “Medicina – Arte ou Ciência?”:
“ Não se ouve falar em “arte” da
medicina durante os anos de aprendizado.
Não se estuda a “arte” da medicina nos livros-texto e periódicos de prestígio.
Mas ainda assim, a arte está presente e transcende toda a ciência
quando, por exemplo, um paciente em seu leito de morte olha para o médico e
pergunta “– O que eu faço agora?”. A resposta irá, com toda certeza,
diferenciar a medicina como arte nobre e atemporal, de uma prática ignóbil e sem
alma.”
Resumindo, a Medicina é formada
por diversas especialidades do conhecimento técnico humano e aplicado por um
médico para a promoção e manutenção da
saúde e a prevenção de doenças.
Cabe ao Médico o conhecimento e a
sabedoria de saber aplicar os conhecimentos de forma hábil e com o maior
benefício para o doente, e de forma mais rápida, indolor e definitiva possível.
Ele fará o diagnóstico, de onde se
saberá o prognóstico, a patogenia, o agente etiológico e como tratar
adequadamente.
É desta ultima cadeira, a que
chamamos de Terapêutica médica, onde também se encontra a Homeopatia.
Todo o ato médico deve ser
preciso e efetivo no ato de curar, minimizar o mal e a dor com seus
desconfortos.
A tendência atual é supervalorizar
a máquina, porém isto pode por em risco a vida humana, porque a avalição do
indivíduo como um doente só pode ser feita por um ser humano preparado para esta
finalidade.
Vi em minha vida médica, muitos
pacientes que chegaram sofrendo, trazendo uma sacola de exames, os mais
variados, sem muito ajudar.
Vi, também, prescrições as mais variadas para tratar
alterações em exames que mostravam apenas mais um efeito de uma doença, que de longe
era o que tratavam.
A medicina para ser útil e
eficiente há que ser setorizada através de níveis de atenção para que não caia
em comercio desleal e cruel.
Assim, ela foi estudada e se
desenvolveu uma divisão de intenções médicas que se chamou de Níveis de Atenção
à Saúde:
Nível de Atenção Primário à Saúde:
É onde 90% dos problemas em saúde são resolvidos. É neste nível onde se faz a
limitação do mal através dos grupos de pacientes com patologias comuns e se
desenvolve a ação preventiva contra as doenças, junto a educação em saúde, para
as pessoas.
Acima de tudo, é onde vemos a
aplicação em larga escala da promoção e manutenção da saúde, área de maestria
da Homeopatia.
Nível de Atenção Secundário à Saúde
é onde encontramos os quatro primeiros
especialistas de grandes áreas que são o Clinico Geral, Ginecologista,
Cirurgião Geral e o Pediatra. Atuam num Hospital Geral como internos ou médicos
dos Ambulatórios hospitalares.
Já o Nível de Atenção Terciário à
Saúde é onde encontraremos as especialidades
e super-especialidades.
Para dizermos que temos um
sistema médico decente temos de ver essa estrutura instalada no país, e
funcionando. Caso contrário, corremos o risco da mercantilização, da
transformação da medicina em instrumento da politicagem, e a criação de um ônus
social sem precedentes em nome de se
fazer saúde.
Não há medicinas, há apenas o
mais alto ideal de se promover a humanidade no que se diz respeito a saúde.
“ A mais alta e única missão do médico é
restabelecer a saúde nos doentes, que é o que se chama curar.
O ideal máximo da cura é o restabelecimento
rápido, suave e duradouro da saúde, ou remoção e aniquilamento da doença, em
toda a sua extensão, da maneira mais curta, mais segura e menos nociva, agindo
por princípios facilmente compreensíveis.” (Samuel Hahnemann – Organon da Arte
de Curar § 1-2 )
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