sexta-feira, 24 de novembro de 2017


DINAMIZAÇÃO MEDICAMENTOSA NÃO É POTÊNCIA


Uma senhora, muito ansiosa, acreditava que estava demorando para tratar o quadro crônico de sua filha de doze anos, que se arrastava desde o primeiro ano de vida.
Sua filha havia tomado uma dose única há vinte dias, e ela não entendia o  porquê da filha já não estar boa.
Tentara vários tratamentos, fizera muitos exames e sua filha não mudara.
E agora, depois de tentar tratá-la  anos sem resultado, ainda não estava boa com já vinte dias decorrido da medicação homeopática.


POTÊNCIA?  

Liga-me para falar da estranheza da filha não estar ainda boa.
Explico-lhe que para se curar as pessoas de algum mal é preciso fazer um tratamento, que para a cura seja rápido mas demanda um certo tempo para mudar a situação do corpo enfermo.
- Meu amigo me disse - fala-me com certa arrogância- que se o senhor quiser pode aumentar a potência do medicamento e curá-la mais rápido.
Ainda bem que não falou que precisa de mais doses!
- Senhora, o medicamento homeopático não tem potência, tem Dinamização...
Me interrompe assim que começo a falar e continua falando:
- Não tem problema, da na mesma. Meu amigo já é quase farmacêutico, está no segundo ano de farmácia. Tudo que li na internet fala da potência do medicamento.
- Pode até falar, e seu amigo quase ser farmacêutico, mas não muda o fato do medicamento homeopático não ter potência - Afirmei
- E essa coisa dina... dina.. alguma coisa que você falou não é por acaso a potência?
- Não, não é . Chama-se Dinamização e não tem nada a ver com potência.
Gasto um pouco mais de tempo e explico a ela a diferença entre Dinamização e potência, e no final me diz não saber de mais nada, então.


DINAMIZAÇÃO E POTÊNCIA 


Nestas expressões está embutido a compreensão de mais forte e mais fraco, o que também não condiz com a Dinamização.
Na Homeopatia não temos remédios fortes ou fracos, mais ou menos potente ou qualquer coisa assim.
O que há são Diluições seguidas de Sucução que nos dá o Medicamento Dinamizado.
Ao procedimento de diluir segundo um parâmetro e fazer os sacolejos (sucução) especiais dá-se o nome de Dinamização.
Não há um aumento da potência, da força, mas sim da especificidade do medicamento.
Quanto mais dinamizado for a medicação, terá mais sintomas daquele medicamento que se está dinamizando e menos sintomas comuns a outros medicamentos.
Assim, falando-se claramente, um Sulphur 30CH foi dinamizado na trigésima centesimal Hahnemaniana e é menos Sulphur que o mesmo medicamento na ducentésima (200CH), que por sua vez é menos que ele na milésima centesimal (MCH).
Ele não está sendo gradativamente ficando mais forte, mas está dada vez mais com a cara do Sulphur, mais específico ao medicamento e portanto terá menos sintomas comuns que outros medicamentos.
Nas baixas dinamizações ele vai perdendo os sintomas próprios da toxicidade e depois vários sintomas que aparecem dinamizando que são comuns a outros tantos também vão sumindo.


A IDEIA DE POTÊNCIA  


Se perde no tempo a ideia de medicamento forte ou fraco.
Não é uma exclusividade da Homeopatia. 
Também na alopatia ouve-se dizer que tal medicamento é forte ou mais forte. 
- Então, ele passou outro antibiótico mais forte... - ouvi muitas vezes quando me relatavam a história pregressa do paciente. 
Também está ligada a quantidade de uma certa droga o mais forte ou mais fraco. 
Acredito que também aqui o termo é incorreto. 
Porém na Homeopatia usar essas expressões causam no mínimo confusão. 


O MEDICAMENTO CORRETO  

Se não há potência ou força, há com certeza exatidão.  

O melhor medicamento indicado por um Médico Homeopata é o exato, o mais semelhante para cada enfermo em particular, e o que promoverá a cura das doenças. 
Quando ele adéqua a dinamização está buscando uma resposta mais exata do medicamento cujo estímulo queremos. 
Não adianta subir indefinidamente uma dinamização para buscar respostas "mais fortes", tem que ser o exato. 
Aliás, com medicamento bem escolhido raramente prescrevemos a milésima centesimal Hahnemaniana. 




CONCLUSÃO

Siga a orientação do seu médico e deixe que ele avalie a necessidade de adequação do medicamento. Se é difícil para o médico avaliar e seguir um tratamento  pode ser praticamente impossível para o leigo e para o não devidamente treinado fazê-lo. 


 



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