DESEQUILÍBRIO DA DINÂMICA VITAL: A DOENÇA DINÂMICA
Continuando a matéria anterior, falaremos sobre como a alteração da dinâmica vital pode gerar um quadro de susceptibilidade a adoecer, o que chamamos de Doença Dinâmica.
Para isso temos que trazer à nossa mente novamente o que é Dinâmica Vital.
A alteração
Vimos que estamos incluídos num universo que muda a todo instante e que nosso sistema orgânico, em decorrência disso, muda constantemente para que nos mantenhamos em equilíbrio, sendo este o perpetuador da vida.
Mas se o Sistema de Vida Vegetativo não responder a contento, o equilíbrio não será suficientemente eficiente para que mantenhamos em integridade à nossa unidade.
Se desequilibrarmos, ou ainda melhor, se não mantivermos nosso equilíbrio na nossa dinâmica vital, homem/universo, a consequência disso será um estado de autoconsumo e desagregação que só acabará com a morte.
Mas estamos vivos.
Mesmo não nos adaptando bem faremos pequenas alterações locais para diminuir a tensão mórbida gerada pelo desequilíbrio vital.
Isto gera nova mudança no binômio homem - universo que obriga a uma nova adaptação e assim por diante.
Este estado complicado de se manter equilibrado às custas de ações adicionais locais, gerando novos desequilíbrios, é o que chamamos de Doença Dinâmica.
E isso se perpetua, o organismo lançando mão de adaptações, que afeta o universo que responde contra isso, levando-nos a ter que readaptarmos, e isso de maneira insatisfatória, o que obriga o corpo a se "calçar" para não cair, gerando tensões que diante da predisposição genética, física e ambiental poderá gerar a tendência a uma ou outra enfermidade.
A esse estado de disposição a enfermar chamamos em Homeopatia de Susceptibilidade Mórbida.
Ela se manisfesta em qualquer parte do corpo como uma vulnerabilidade, seja corpo ou mente, uma vez que o o nosso organismo é um só e não é um fato ser separado em corpo e mente.
O fazemos apenas para fins de estudo.
O que mudou no Sistema de Vida Vegetativo
Algo alterou o Sistema de Vida Vegetativo, ou na Percepção, ou no Processamento ou na Efetuação de uma resposta adequada.
Essa alteração, seja qual for, nos mostrará através de sintomas e sinais na vida cotidiana da pessoa. Gerará uma resposta adaptativa inadequada ao meio em que vivemos, que gera o potencial de desorganizar a enorme cadeia de fatos que leva a existência da nossa vida.
O corpo tem a capacidade de responder de forma a resolver-se na inter-relação com o meio universal. Mas não o faz quando a alteração é no próprio Sistema de Vida Vegetativo.
E é exatamente nesse sistema que a interferência dinâmica mórbida, a Psora, a verdadeira doença da humanidade, afeta e interfere em seu perfeito funcionamento que se notará como uma Susceptibilidade a adoecer.
Raras pessoas conseguem perceber e resolver-se automaticamente nesse nível, mas nós, a enorme maioria, não o conseguimos e daí adoecemos.
É como, por um exemplo, se estivéssemos em um anfiteatro para assistirmos uma orquestra tocar. O barulho da rua interferindo no espetáculo nos obrigaria a prestar mais atenção para discernirmos melhor os sons. Inclinamos para frente, ficamos inquietos e irritados e, logo, a canseira começa tornando a experiência, que era para ser prazerosa, em algo muito desagradável e perturbadora.
O som da orquestra é boa, porém o ruido da rua ao redor, que também é som, interfere na nossa capacidade de a perceber bem.
A Etiologia da Doença Dinâmica, O Miasma
O que realmente altera o sistema de Vida Vegetativo, a ponto dele não conseguir mais responder a contento, é uma interferência adquirida que “atrapalha a Dinâmica Vital em si.
Sua natureza também é de ser Dinâmica, semelhante ao nosso sistema e o universo.
Consegue interferir facilmente com o nosso sistema impedindo a nossa Unidade de se adaptar satisfatoriamente.
Como vimos que o nosso Sistema de Vida Vegetativo não consegue se perceber direito a ponto de se resolver, essa intrusão mórbida vai aos poucos se inteirando com o nosso sistema tornando-o gradualmente mais vulnerável até o ponto que, esgotado, o organismo para.
Caráter da Alteração Miasmática
A alteração miasmática não será algo estático, mas mostra-se dinâmica, mudando de “cara” na medida que as situações em que estamos expostos mudam.
O aparecimento de um novo evento que nos obriga a adaptar vai gerar novas susceptibilidades, novas dificuldade, novas doenças.
O sistema assim inflacionado e pervertido mostra que a desorganização é progressiva e agravante; quando a energia vital do paciente está baixa, ele está enfraquecido, pode ocorrer a desorganização de toda a cascata de eventos que permite existir a vida.
Essa é a doença verdadeira, o início, o porque enfermamos e morremos.
Ela por si mesma, a menos que seja de carácter agudo, tende a não matar mas esgotar a vida até o fim. Todos vimos com frequência as pessoas doentes crônicas, de anos de evolução, chegar a uma situação lamentável, senão que desumana, e esgotados morrerem.
Todos tememos esse fim.
Vimos, muitas vezes, nossos próprios entes amados acabar dessa maneira, e por ser tão comum a doença dinâmica, achamos normal morrer assim.
O pior de tudo, é acreditar que para morrer precisamos estar doentes.
Essa é a visão geral das pessoas.
Porém, na verdade, o sadio morre, mas o enfermo acaba.
O primeiro tem uma vida digna e um fim sem sofrimentos (matéria A Saúde, A doença e a Morte), enquanto o segundo é digno de filmes de terror, de programas como O Mundo Cruel.
A alteração Dinâmica é evolutiva e pode se complicar com outras interferências na dinâmica mórbida.
Há muitos outros detalhes e outros numerosos complicantes, mas para expor aqui o fundamental foi exposto.
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