Supressão Mórbida
Quando se está em um tratamento Homeopático é comum ser
advertido para não tratar uma erupção da pele que possa aparecer.
Perguntamos o porquê e recebemos como uma resposta que é
para não causar uma supressão mórbida e poder causar com isso uma metástase
mórbida.
Dizem, vulgarmente, que é para
a doença não entrar no organismo.
Nossos pacientes diante disso respondem:
- Ahh, tá.
Ficam no ar, e imediatamente recebem a informação que podem
agravar tudo e até morrer.
Vamos ver como isso realmente é, em poucas palavras
assertivas que deixem isso claro.
METÁSTASE MÓRBIDA UM FATO NATURAL
Todos os clínicos já observaram muitas vezes um fenômeno que
acontece em alguns enfermos que é a mudança de uma patologia de um local para o
outro.
O exemplo mais comum disso é, por exemplo, quando uma pessoa
tem uma infecção de garganta, e melhorando aparece com uma infecção urinária,
uma pielonefrite, doença infecciosa do rim.
Há muitos e muitos casos parecidos, às vezes sofisticados,
que mostram que um transtorno mórbido pode aparecer em outro local, como
consequência da supressão do primeiro, como uma complicação ou por uma evolução ruim de um
tratamento.
Não é incomum, embora não frequente que ao tratar alguns reumatismos articulares desenvolva uma
endocardite, inflamação da mucosa do coração enquanto observamos uma melhora da artrite reumatismal.
Se formos estudar bem as metástases mórbidas veremos que são
muito mais frequentes do que acreditamos, e comumente levam o nome de complicações,
recaídas e as vezes até de um novo mal.
Com a observação clínica cuidadosa da para se definir estes
quadros metastáticos e ao observa-los aprende-se a contornar certas atitudes médicas supressivas para evitar
desencadear uma metástase mórbida em quem tratamos, algumas vezes letais.
É fato que uma moléstia possa involuir e logo em seguida
aparecer outra manifestação à distância do órgão da primeira manifestação.
Muitas vezes mesmo, observa-se até uma alternância de
sintomas ou afecções em órgãos distintos.
Quando a metástase se produz na psique fica muito mais difícil
de avaliar, principalmente quando o observador não tiver sido treinado com uma visão mais clínica e sistêmica
do organismo.
METÁSTASE MÓRBIDA PROVOCADA
Assim como as metástases naturais há outras que são
provocadas por atos médicos e demais atitudes com intensão de curar.
Ninguém na verdade quer que isso ocorra.
O alérgico é o
exemplo típico deste acidente.
Vou contar um caso que aconteceu com um garotinho.
Ele tinha crises de Asma com muitos chiados, algumas
internações, um quadro persistente e com crises de broncoespasmo progressivamente piores.
Começamos o tratamento e logo ele passou a respirar melhor e
as crises sumiram.
Um tempo depois, começou a apresentar uma dermatite nas dobras
do joelho e cotovelo, as pontas dos dedos secaram e apareceram fissuras
pequenas.
A mãe ficou
desesperada, queria que eu tratasse imediatamente as lesões da pele e, por mais que
explicasse, não conseguia entender que era um momento da cura e se fizéssemos
algo poderia ser ruim para o garoto.
Resolveu então ir a um colega para fazer exames pelo menos,
porque não podia tolerar aquelas lesões na pele do garotinho.
Fizeram exames e nada digno de nota se observou e o colega
prescreveu um tratamento para a pele.
Um tempo depois ela resolve ir ao consultório novamente para
que eu curasse a asma do filho que tinha voltado e muito mais intensa desta vez.
- Mas se eu medicar vai voltar a lesão da pele – falo
apontando para o cotovelo do garoto. Eu ficara sabendo que ela havia tratado a
pele de seu filho.
- Mas não da para tratar os dois? – me pergunta
- Não da, porque quando tratamos um doente o fazemos tratando
o indivíduo como um todo e não na Asma
ou o Eczema. Tratamos aquilo que leva a criança a enfermar. Nós tentamos
retirar a interferência que altera sua dinâmica vital que o faz ficar doente. O
corpo , muitas vezes, superficializa a tensão mórbida como pequenas patologia
de pele e fâneros, unhas, cabelo, etc. quando não desenvolve exonerações como diarreia , transpiração e urina alterada.
- Então faça aparecer outra coisa no lugar da pele – me
interrompe.
É muito comum a preocupação com aparência ser mais
preocupante para seus parentes que uma doença mais grave.
Mas me esforço em explicar-lhe como isso funciona, até que
me diz:
- Então fui eu a culpada por ter voltado a asma dele?
- Vamos dizer que a questão não é culpa, mas a senhora com o tratamento da pele impediu que o corpo organizasse o processo de cura. Se tivesse deixado a cura seguir seu curso no final não haveria mais a susceptibilidade mórbida, nem asma e nem eczema, e seu filho estaria realmente sadio, não teria mais limitações devido a qualquer doença – explico-lhe.
Como havia dito a ela, o garoto se cura, não sem antes da
erupção reaparecer e ficar por lá até que desapareceram por completo.
O garoto nunca mais sofreu com a asma, eczema e até gripes
ficou difícil dele ter.
Cresceu, e hoje é um homem homem e sadio.
Recentemente atendo o filhinho do seu irmão que apresenta
uma Bronquite Asmática, mais leve a que ele teve e descubro que seu irmão
apresentou uma renite alérgica na adolescência. Estes quadros alérgicos são de
natureza familiar.
Muitas vezes um tratamento supressivo pode provocar uma
metástase mórbida, e tornar o doente pior do que quando com a enfermidade suprimida.
Uma história clínica bem tirada pode mostrar esse fato.
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