segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Supressão Mórbida



Quando se está em um tratamento Homeopático é comum ser advertido para não tratar uma erupção da pele que possa aparecer.

Perguntamos o porquê e recebemos como uma resposta que é para não causar uma supressão mórbida e poder causar com isso uma metástase mórbida.  

Dizem, vulgarmente, que é para a doença não entrar no organismo.

Nossos pacientes diante disso respondem:

- Ahh, tá.

Ficam no ar, e imediatamente recebem a informação que podem agravar tudo e até morrer.

Vamos ver como isso realmente é, em poucas palavras assertivas que deixem isso claro.

METÁSTASE MÓRBIDA UM FATO NATURAL

Todos os clínicos já observaram muitas vezes um fenômeno que acontece em alguns enfermos que é a mudança de uma patologia de um local para o outro.

O exemplo mais comum disso é, por exemplo, quando uma pessoa tem uma infecção de garganta, e melhorando aparece com uma infecção urinária, uma pielonefrite, doença infecciosa do rim.

Há muitos e muitos casos parecidos, às vezes sofisticados, que mostram que um transtorno mórbido pode aparecer em outro local, como consequência da supressão do primeiro, como uma complicação ou por uma evolução ruim de um tratamento.

Não é incomum, embora não frequente que ao tratar alguns reumatismos articulares desenvolva uma endocardite, inflamação da mucosa do coração enquanto observamos uma melhora da artrite reumatismal.

Se formos estudar bem as metástases mórbidas veremos que são muito mais frequentes do que acreditamos, e comumente levam o nome de complicações, recaídas e as vezes até de um novo mal.

Com a observação clínica cuidadosa da para se definir estes quadros metastáticos e ao observa-los aprende-se a contornar certas atitudes médicas supressivas para evitar desencadear uma metástase mórbida em quem tratamos, algumas vezes letais.

É fato que uma moléstia possa involuir e logo em seguida aparecer outra manifestação à distância do órgão da primeira manifestação.

Muitas vezes mesmo, observa-se até uma alternância de sintomas ou afecções em órgãos distintos.

Quando a metástase se produz na psique fica muito mais difícil de avaliar, principalmente quando o observador não tiver sido treinado com uma visão mais clínica e sistêmica do organismo.

METÁSTASE MÓRBIDA  PROVOCADA

Assim como as metástases naturais há outras que são provocadas por atos médicos e demais atitudes com intensão de curar.     


Ninguém na verdade quer que isso ocorra.

O alérgico é o exemplo típico deste acidente.   

Vou contar um caso que aconteceu com um garotinho.

Ele tinha crises de Asma com muitos chiados, algumas internações, um quadro persistente e com crises de broncoespasmo  progressivamente piores.

Começamos o tratamento e logo ele passou a respirar melhor e as crises sumiram.

Um tempo depois, começou a apresentar uma dermatite nas dobras do joelho e cotovelo, as pontas dos dedos secaram e apareceram fissuras pequenas.

A mãe ficou desesperada, queria que eu tratasse imediatamente as lesões da pele e, por mais que explicasse, não conseguia entender que era um momento da cura e se fizéssemos algo poderia ser ruim para o garoto.

Resolveu então ir a um colega para fazer exames pelo menos, porque não podia tolerar aquelas lesões na pele do garotinho. 

Fizeram exames e nada digno de nota se observou e o colega prescreveu um tratamento  para a pele.

Um tempo depois ela resolve ir ao consultório novamente para que eu curasse a asma do filho que tinha voltado e muito mais intensa desta vez.

- Mas se eu medicar vai voltar a lesão da pele – falo apontando para o cotovelo do garoto. Eu ficara sabendo que ela havia tratado a pele de seu filho.

- Mas não da para tratar os dois? – me pergunta

- Não da, porque quando tratamos um doente o fazemos tratando o indivíduo como um todo  e não na Asma ou o Eczema. Tratamos aquilo que leva a criança a enfermar. Nós tentamos retirar a interferência que altera sua dinâmica vital que o faz ficar doente. O corpo , muitas vezes, superficializa a tensão mórbida como pequenas patologia de pele e fâneros, unhas, cabelo, etc. quando não desenvolve exonerações como diarreia , transpiração e urina alterada.

- Então faça aparecer outra coisa no lugar da pele – me interrompe.

É muito comum a preocupação com aparência ser mais preocupante para seus parentes que uma doença mais grave.

Mas me esforço em explicar-lhe como isso funciona, até que me diz:

- Então fui eu a culpada por ter voltado a asma dele?


- Vamos dizer que a questão não é culpa, mas a senhora com o tratamento da pele impediu que o corpo organizasse o processo de cura. Se tivesse deixado a cura seguir seu curso no final não haveria mais a susceptibilidade mórbida, nem asma e nem eczema, e seu filho estaria realmente sadio,  não teria mais limitações devido a qualquer doença – explico-lhe. 
Parece que a ideia de que a volta dos sintomas  tinham sido provocado pela supressão mórbida devido ao tratamento aplicado na pele, a convenceu a deixar o tratamento fluir mesmo com essa fase de erupções na pele.

Como havia dito a ela, o garoto se cura, não sem antes da erupção reaparecer e ficar por lá até que desapareceram por completo.

O garoto nunca mais sofreu com a asma, eczema e até gripes ficou difícil dele ter.

Cresceu, e hoje é um homem homem e sadio.

Recentemente atendo o filhinho do seu irmão que apresenta uma Bronquite Asmática, mais leve a que ele teve e descubro que seu irmão apresentou uma renite alérgica na adolescência. Estes quadros alérgicos são de natureza familiar.

Muitas vezes um tratamento supressivo pode provocar uma metástase mórbida, e tornar o doente pior do que quando com a enfermidade suprimida.

Uma história clínica bem tirada pode mostrar esse fato. 

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